Wilson Figueiredo retoma algumas histórias vividas em 45 anos de trabalho no Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro

Memória & Poder com Wilson Figueiredo estreia no sábado (29)

Jornalista fez parte da equipe do Jornal do Brasil, que revolucionou a imprensa nacional.

25/07/2017 - 15:36

“Mineiro do litoral” é como gosta de ser chamado o capixaba Wilson Figueiredo, uma das carreiras mais antigas da imprensa nacional. Nascido em Castelo (ES), veio para Belo Horizonte com apenas oito meses e não saiu de Minas até os 22 anos, quando deixou o Estado para fazer parte da equipe do Jornal do Brasil (JB), responsável por mudar a cara do jornalismo brasileiro. Às vésperas de completar 93 anos e ainda em atividade, ele é o entrevistado do programa Memória & Poder, que estreia neste sábado (29/7/17), às 20 horas, na TV Assembleia.

Confira a sintonia da TV Assembleia na sua cidade.
Veja outros vídeos do programa Memória & Poder.

Gravado no Rio de Janeiro, o programa percorre toda a trajetória de Figueiredo: do começo de “vacas magras” na extinta Folha de Minas, passando pela rápida carreira literária – que recebeu elogios do escritor Mário de Andrade –, até chegar ao JB, onde ele permaneceu por 45 anos.

“A história do Jornal do Brasil é fantástica. Foi o primeiro jornal que conseguiu se reerguer. De 'jornal das cozinheiras', como era chamado, passou a ser o veículo mais influente do País”, explica Figueiredo.

No fim dos anos 1950, quando as paixões políticas e os anúncios classificados dominavam as páginas dos jornais, o JB inovou ao publicar textos em uma linguagem mais objetiva associados a um visual gráfico atrativo para o leitor.

Dentre as inovações trazidas pelo jornal carioca, destacam-se as manchetes de primeira página, o uso de fotos para ilustrar as reportagens, as margens de espaço entre as colunas de textos, além da publicação do primeiro caderno de variedades e cultura do Brasil, o Caderno B.

“Nós apostamos em uma leveza editorial, sem a paixão e o ódio tão comuns naquela época. Tudo era muito carrancudo, com linguagem de velho. Todo mundo era tratado como senhor, ainda que fosse para ser esculhambado”, comenta Figueiredo.

Ao longo do programa, ele recorda o convívio com nomes importantes da imprensa nacional como Jânio de Freitas, Alberto Dines, Carlos Castello Branco, Otto Lara Resende e Odylo Costa Filho. “O nosso segredo era que o jornal fervia como uma coisa de mocidade. Os editores estimulavam a equipe, porque sempre tem alguma novidade pra contar, é só querer”, provoca.

Wilson Figueiredo deixou o Jornal do Brasil no início dos anos 2000, três anos antes da edição impressa deixar de circular. Hoje, atua como consultor da agência FSB Comunicações e retornou à literatura. “O jornalismo é uma paixão. Ele toma conta de tudo. Fiquei 50 anos sem publicar. Agora, tenho três livros prontos”.

Reprises - Esta edição do programa será reprisada no domingo (30), às 15h30; na segunda-feira (31), à meia-noite; e na terça-feira (1º/8), às 21 horas.