Entidades sindicais vão encerrar participação na greve geral desta sexta (30) em audiência da ALMG.

Greve geral conta com mais de 30 atos em Minas

Em entrevista coletiva na ALMG, representantes de entidades sindicais anunciam adesão à mobilização desta sexta (30).

29/06/2017 - 17:16

Nas vésperas da greve geral desta sexta-feira (30/6/17), representantes de entidades sindicais que atuam no Estado anunciaram, em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), adesão à mobilização nacional. Participam das manifestações 21 categorias e serão realizados atos em 32 municípios mineiros.

Segundo a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, a greve geral é uma reposta às reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo federal. Conforme a dirigente, as manifestações marcam o ato de protesto contra a ampla precarização das relações de trabalho e a perda de proteção social do cidadão brasileiro. Em Belo Horizonte, os manifestantes se reúnem na Praça da Estação, às 9 horas. À tarde, seguem para a Assembleia Legislativa para participarem de audiência pública da Comissão de Participação Popular, às 15 horas.

Ainda de acordo com Beatriz Cerqueira, reformas como a trabalhista, em que se quer modificar mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), não devem ser implementadas sem ouvir os trabalhadores, os principais afetados. “Não houve debate ou direito ao contraditório”, ressaltou a líder sindical, que acrescentou que o Executivo federal se limitou a dar um verniz positivo às reformas, sem esclarecer os impactos estruturais que perdurarão por gerações.

A presidente da CUT-MG falou também sobre as tentativas de desqualificar e retaliar as manifestações. “A greve não é um passeio ou uma ação entre amigos, mas um enfrentamento ao sistema e tem um custo”, afirmou Beatriz. Ela conta que, na primeira greve geral, realizada no dia 28 de abril deste ano, com o mesmo objetivo (contestar as reformas), os manifestantes foram tratados como “vagabundos” e foram recebidos com bombas de efeito paralisante como ocorreu em Brasília.

Coerção – O presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários, Romeu José Machado Neto, disse que a categoria tem suportado outras formas de coerção. Ele explicou que o Poder Judiciário tem imposto ao sindicato multas devido à adesão da categoria aos movimentos de paralisação. Machado afirmou que as penas aplicadas já passam de R$ 800 mil.

Representantes de outras entidades se solidarizam com os metroviários e apoiaram a decisão da CUT de assumir o pagamento dessas multas. As lideranças sindicais presentes enfatizaram a necessidade de unidade, mas também lembraram enfrentamentos próprios de suas categorias.

O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) está se mobilizando também contra o leilão, a ser realizado pela União, de quatro usinas da Cemig. Já os profissionais da Petrobras das refinarias de Minas denunciam a redução do quadro de pessoal e a precarização de suas condições de trabalho. Eles pretendem iniciar, nesta sexta, paralisação por tempo indeterminado.