Dificuldades para manter os atendimentos e pagar os encargos trabalhistas devido a um déficit mensal de R$ 4 milhões. Esse é o quadro da Santa Casa de Belo Horizonte apresentado pelo seu provedor, Saulo Coelho, aos deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os parlamentares se reuniram com diretores da instituição nesta terça-feira (6/6/17).

De acordo com Saulo Coelho, 40% dos 1.086 leitos já foram fechados nos últimos dois meses. Além disso, na última semana, 350 dos 4.700 funcionários entraram em férias coletivas. “Não somos um hospital de Belo Horizonte apenas. Atendemos pacientes de cerca de 600 municípios mineiros”, ressaltou o provedor.

O diretor de Assistência em Saúde da Santa Casa, Guilherme Riccio, completou que a instituição é referência nacional em alguns atendimentos, como transplante de medula.

Nos últimos dias, governos federal, estadual e municipal anunciaram aporte de recursos para a Santa Casa de Belo Horizonte. Saulo Coelho diz que a verba será suficiente para não fechar mais leitos, porém ainda não significará reabertura de vagas. Segundo ele, só a dívida do governo estadual com a instituição já soma mais de R$ 22 milhões.

Restos a pagar - O deputado Carlos Pimenta (PDT), presidente da comissão, afirmou que, em 2016, mais de 50% do valor devido para a área da saúde ficou como “restos a pagar” e que, neste ano, os compromissos também não estão sendo cumpridos.

O parlamentar disse que a comissão está negociando com órgãos como o Tribunal de Contas do Estado (TCE) formas para superar o problema, mas que, caso a solução não seja encontrada, será solicitada intervenção federal, conforme feito no Estado do Rio de Janeiro.

O deputado Geraldo Pimenta (PCdoB) destacou que o papel da comissão é cobrar do Poder Executivo o cumprimento dos seus deveres e que isso será feito. Ele acrescentou que é preciso construir outras fontes de financiamento para a saúde.

O deputado Doutor Wilson Batista (PSD), por sua vez, afirmou que o momento é de cuidar da estrutura existente e não de demandar mudanças de técnicas médicas sem resultado comprovado ou de construir novas unidades.