Audiência debate acerto de contas entre União e estados
Comissão recebe especialistas para discutir a compensação devida aos estados pela União em virtude da Lei Kandir.
28/04/2017 - 11:03Discutir o acerto de contas entre a União e estados, em virtude de perdas sofridas pelos estados por conta da Lei Kandir (Lei Complementar Federal 87, de 1996). Esse é objetivo de audiência pública que a Comissão Extraordinária de Acerto de Contas entre Minas e a União da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promove nesta terça-feira (2/5/17), às 9 horas, no Plenarinho II.
A norma isentou o ICMS de exportações de vários produtos, provocando reflexos na arrecadação dos estados. A realização da audiência foi requerida pelo presidente da comissão, deputado Tadeu Martins Leite (PMDB), vice-presidente, deputado Cássio Soares (PSD), e deputados Felipe Attiê (PTB), Tito Torres (PSDB), Tiago Ulisses (PV) e Ulysses Gomes (PT).
O objetivo da comissão é mobilizar a sociedade mineira e promover debates envolvendo autoridades, empresários e trabalhadores sobre a importância de uma conciliação com o governo federal sobre a situação das dívidas dos estados. A comissão terá duração de um ano e, ao final de seus trabalhos, deverá apresentar um relatório de suas atividades.
O presidente da comissão, deputado Tadeu Martins Leite, destacou que a comissão será relevante não só para o Estado, mas também para os municípios mineiros, que passam por muitas dificuldades. “Vinte e cinco por cento do que não foi repassado a Minas pela União é de direito desses municípios”, afirmou.
Entenda - A dívida de Minas com a União é de R$ 87,2 bilhões. No entanto, o governo estadual alega ter direito a receber um passivo de cerca de R$ 135 bilhões pelas perdas referentes à não incidência de ICMS sobre as exportações, instituída pela Lei Kandir.
Em novembro de 2016, no julgamento de ação movida pelo governo do Pará, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu um prazo de 12 meses para que o Congresso Nacional aprovasse uma lei para compensar os estados prejudicados. Caso isso não aconteça, caberá ao Tribunal de Contas da União realizar os cálculos para o repasse.
Convidados – Foram convidados o presidente do Tribunal de Contas da União – Brasília/DF, Raimundo Carrero; o procurador-geral do Ministério Público de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet; o presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, conselheiro Cláudio Couto Terrão; e o advogado-geral do Estado de Minas Gerais, Onofre Alves Batista Júnior.
Também foram chamados o auditor fiscal da Comissão Técnica Permanente do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (Cotepe), Fausto Santana da Silva; o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual, Fiscais e Agentes Fiscais de Tributos do Estado de Minas Gerais (Sindifisco), Lindolfo Fernandes de Castro; e a advogada do escritório Sacha Calmon, Misabel Derzi Consultores e Advogados, Misabel Derzi.