Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 9/2/17
Segurança pública é tema de manifestações de deputados na tribuna.
09/02/2017 - 17:24Segurança I
O deputado Sargento Rodrigues (PDT) afirmou que esposas de policiais e bombeiros militares de Minas estão articulando um movimento semelhante ao que ocorre atualmente no Espírito Santo. Ele advertiu para o risco da mobilização chegar às ruas da Capital mineira. “Pimentel já pode pensar uma forma de negociar”, sugeriu. De acordo com o parlamentar, a corporação está insatisfeita com o parcelamento dos salários, implantado desde janeiro de 2015, e com a falta de reposição salarial da inflação nos últimos três anos. Sargento Rodrigues manifestou seu apoio à greve dos policiais militares do estado vizinho e criticou jornalistas que estariam considerando-os “terroristas”. “Terror é o que os estados fazem com os pobres policiais que vão para a rua defender a sociedade com a própria vida”. Ele voltou a criticar a medida do governo de liberar presos provisórios com tornozeleiras eletrônicas, para abrir vagas no sistema carcerário.
Segurança II
O deputado João Leite (PSDB) repercutiu o discurso de Sargento Rodrigues e disse estar preocupado com a situação de Minas. Ele acredita que os policiais militares estão perdendo conquistas que alcançaram nos governos anteriores do PSDB, citando o crescimento do piso salarial e a progressão de carreira. O deputado afirmou que Pimentel também acabou com o programa de aquisição de casa própria para os militares. “O governador tem que chamar as lideranças”, disse ele sobre o risco anunciado pelo colega para uma paralisação da categoria. João Leite também criticou a superlotação das penitenciárias e acusou o governo de abandonar o sistema com a falta de gestão. O parlamentar relatou que nos últimos dois anos não foram abertas vagas no sistema penitenciário. Em aparte, Sargento Rodrigues completou que há dois anos o Estado não paga ajuda de custo, férias-prêmio e diárias para os policiais, o que amplia a insatisfação da categoria.
Segurança III
O deputado André Quintão (PT) defendeu um “debate mais aprofundado e uma visão mais integral” sobre a segurança pública, de forma a manter o foco em resultados para a população, sobretudo os mais pobres. Para ele, é preciso investir na garantia de direitos fundamentais, em justiça social, na universalização de políticas públicas para se obter a paz. “Não podemos enxugar gelo. Se não cuidarmos da base, não adianta presídios ou efetivos”, afirmou. Na visão do parlamentar, seria difícil para um jovem ter um desenvolvimento pleno sem acesso a emprego, sem apoio familiar, sem educação e, às vezes, até abusado. André Quintão defendeu também políticas humanizadoras e penas alternativas para presos que não sejam de alta periculosidade, assim como a dignidade no cumprimento de penas, para que aqueles que cometeram crimes saiam melhores do sistema prisional. “É um desafio do Brasil, não de um partido”, afirmou.