Político foi deputado estadual de Minas Gerais durante três mandatos, de 1995 até 2007

Memória & Poder estreia com o ex-deputado Sebastião Navarro

Programa da TV Assembleia será exibido no sábado (26) às 20 horas.

23/11/2016 - 19:12

“A minha vida não é muito planejada. Ela é cheia de circunstâncias”. É assim que o ex-deputado estadual e federal Sebastião Navarro define a sua trajetória política, passada em Brasília, Belo Horizonte e Poços de Caldas, no Sul de Minas. Ele é o entrevistado do próximo Memória & Poder, que estreia neste sábado (26/11/16), às 20h, na TV Assembleia.

Dentista por formação e piloto de avião por hobby, Navarro começou a carreira política depois que o pai, o ex-deputado estadual Sebastião Navarro Vieira, abandonou a vida pública por problemas de saúde. “A escolha natural na sucessão era o meu irmão, Paulo Navarro. Como ele preferiu seguir os estudos, eu me candidatei, sem nem fazer campanha. Recebi votos em cidades que eu nem conhecia, só por causa do prestígio do meu pai”, relembra. Logo na estreia, Sebastião Navarro foi eleito para uma cadeira na Câmara Federal, em Brasília, onde foi deputado federal de 1979 a 1987.

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No Congresso, fez oposição ao regime militar mesmo sendo filiado à Arena, legenda de sustentação dos militares. Fez parte da chamada “ala rebelde” do partido, que, alguns anos mais tarde, criaria o PDS - Partido Democrático Social.

Episódio marcante - No programa, Navarro revela um episódio marcante com o ex-presidente João Baptista Figueiredo. “Ele queria que eu votasse contra a emenda Dante de Oliveira (que previa eleições diretas para presidente do Brasil) e, em troca, me pediu um envelope com demandas para a minha região. Eu disse: Não me pressione para mudar de ideia, porque não vou mudar. Respeite minha posição, presidente”, conta. “Antes de sair da sala, o Figueiredo me disse: ah, se todo Congresso fosse de gente como você, o Brasil era outro”.

Depois da Câmara, Navarro venceu, em 1988, a eleição para prefeito em Poços de Caldas e chegou à Assembleia em 1995 para três mandatos, dos quais se lembra com saudades. No legislativo mineiro, Navarro foi responsável pelo Código em Defesa do Contribuinte e combateu as chamadas “emendas frankensteins”. “Criamos uma comissão para consolidar as leis do Estado. Começamos pela área do Meio Ambiente e vimos que a lei que cria a Secretária de Estado de Meio Ambiente tinha um artigo que dava aumento para os bailarinos da Fundação Clóvis Salgado. Se a ninguém é dado desconhecer a lei, como é que um cidadão vai conhecer uma lei que está inserida numa outra lei que não lhe diz nenhum respeito?, questiona. “Esse trabalho precisa ser continuado, na época ficamos só no Meio Ambiente”, cobra.

Depois de mais um mandato como prefeito em Poços de Caldas (2005-2009), deixou a vida pública “para desmentir a máxima que diz que a política só tem porta de entrada, não tem de saída. E também porque sou contra a reeleição”, afirma Navarro, que hoje tem 78 anos e vive em Poços de Caldas.