Comissão de Direitos Humanos debate morte de cruzeirense

Torcedor morreu após abordagem de dois seguranças durante o jogo contra o Grêmio no Mineirão.

11/11/2016 - 13:49 - Atualizado em 11/11/2016 - 15:14

A morte do torcedor do Cruzeiro Eros Dátilo Belisário, ocorrida no último dia 26 de outubro, no Mineirão, durante partida contra o Grêmio pela Copa do Brasil, será tema de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (16/11/16). O presidente da comissão e autor do requerimento, deputado Cristiano Silveira (PT), quer debater as circunstâncias que ocasionaram o incidente. A reunião será às 9 horas, no Auditório.

De acordo com testemunhas, o torcedor foi contido e agredido por seguranças, quando tentava mudar de setor no estádio. Ele teria sido levado para uma sala e saído segundos depois, já desacordado. Eros foi levado para o Hospital Odilon Behrens, onde chegou sem vida e apresentando múltiplos traumas. Os seguranças afirmam que ele passou mal durante a abordagem.

“Esse foi um caso mais grave, irreversível, pois gerou morte. Mas temos visto outros episódios que nos deixam preocupados. O estádio tem que oferecer segurança a todos os torcedores. É preciso verificar se a equipe privada que faz a segurança do local tem qualificação adequada para a função. E acima de tudo, temos que apurar a morte do torcedor”, afirma o deputado Cristiano Silveira.

Outros casos – Pelo menos outras duas mortes de torcedores foram registradas no Mineirão nos últimos anos. Em 1997, durante o jogo Cruzeiro x Vasco pelo Campeonato Brasileiro, o adolescente Claudemir da Silva Reis, então com 15 anos, foi atingido por uma bomba de fabricação caseira e morreu dias depois.

O outro caso foi em 2007, na final entre Cruzeiro e Atlético. O atleticano Ronaldo Pedro Ferreira, 23 anos, entrou por engano numa área destinada ao time rival e foi agredido por cinco torcedores. Ele caiu no chão e teve traumatismo craniano.

Convidados – Foram convidados para a audiência pública o secretário de Estado de Esportes, Carlos Henrique Alves da Silva; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marco Antônio Badaró Bianchini; e o chefe da Polícia Civil, João Octacílio Silva Neto.

Também são esperados a coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Nivia Mônica da Silva; o presidente do Cruzeiro Esporte Clube, Gilvan de Pinho Tavares; o presidente da Minas Arena, André Luis Santana Moraes, e o gerente de segurança da empresa, coronel Sandro Afonso Teatini Selim de Sales.

Foi convidado, ainda, Everton da Silva, gerente regional da Prosegur, empresa responsável pela segurança do estádio; e as testemunhas Alexsandra Luciana de Abreu e Vitor Gomes Canto.