Memória & Poder conversa com Dona Lucinha

Cozinheira conta um pouco da sua história em programa que estreia neste sábado (29), às 20 horas.

25/10/2016 - 14:45

O sonho de infância era ter sido irmã de caridade. Mas, a verdadeira vocação estava em meio a panelas, fogões de lenha e receitas tradicionais. Maria Lúcia Clementino Nunes, mais conhecida como Dona Lucinha, é a entrevistada do programa Memória & Poder, que estreia no próximo sábado (29/10/16), às 20h, na TV Assembleia.

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Aos 84 anos, Dona Lucinha já foi feirante, professora, vereadora e empresária, mas gosta mesmo de ser chamada de cozinheira. A profissão a fez correr o mundo para divulgar e preservar a culinária mineira sem abrir mão de produtos típicos e do modo de fazer aprendido com "sinhás", "vovós velhas" e freiras do município do Serro (Região Central do Estado).

"As pessoas me criticam por não usar abridor de latas até hoje. A minha maior inimizade é com o abridor de lata. Não vale a pena. Aí, faz uma comida corrida e não fica bom", explica. "Dizem que vou ficar uma velha gagá porque sou tradicionalista. É pesado, é claro, mas tem dado certo", diz Dona Lucinha, que mantém três restaurantes com seu nome, dois em Belo Horizonte e um em São Paulo.

História - Na entrevista, Dona Lucinha lembra a infância passada em uma fazenda, cercada por quituteiras, quitandeiras e doceiras; o namoro com o primo de primeiro grau, que resultou em um casamento de mais de 60 anos, 11 filhos e 24 netos; e, passagens pouco conhecidas da sua biografia, como os tempos em que foi diretora de uma escola. Na época, ela teve de enfrentar a desconfiança e o preconceito dos colegas.

"Primeiro, por fazer uma horta dentro da escola, com direito a vaca leiteira e tudo. Depois, por abrir a escola para alunos com deficiência auditiva", explicou. Por fim, ainda foi denunciada à Superintendência de Ensino de Diamantina, também na Região Central do Estado, porque estava matriculando os filhos das prostitutas da cidade. “Quando a superintendente ficou sabendo da denúncia, não me puniu, mas aumentou a verba da escola”, relembra com alegria.