Polícia Civil vai manter Delegacia Regional do Barreiro
Possibilidade de fechamento, o que preocupa moradores, foi descartada por lideranças da corporação em audiência na ALMG.
04/08/2016 - 12:40 - Atualizado em 04/08/2016 - 14:55A Delegacia Regional do Barreiro, em Belo Horizonte, não será fechada. Foi o que garantiram representantes da Polícia Civil presentes em audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada na manhã desta quinta-feira (4/8/16), atendendo a requerimento do deputado Cabo Júlio (PMDB). A informação sobre o fechamento iminente, com a transferência da unidade para o bairro Buritis, teria sido repassada aos deputados, que se mobilizaram, juntamente com moradores da região, para evitá-lo.
“A notícia correu como uma bomba no Barreiro, que é uma região onde a comunidade é organizada e se uniu para impedir que isso acontecesse”, disse Cabo Júlio.
O parlamentar afirmou que a delegacia local já recebeu melhorias com o apoio dos moradores e que é preciso trabalhar para continuar aperfeiçoando as condições físicas e estruturais da unidade.
A estrutura da Delegacia Regional do Barreiro foi apresentada pela chefe do 1º Departamento da Polícia Civil, Rita de Cássia Januzzi. Segundo ela, são 36 unidades policiais subordinadas, sendo três centrais de flagrantes, com pouco mais de 500 policiais. Ela afirmou que nunca houve determinação oficial para fechamento da Regional e que a intenção é, ao contrário disso, melhorar a delegacia, o que foi confirmado pelo chefe adjunto da Polícia Civil, Antônio Carlos de Alvarenga. “Não há nenhum projeto ou intenção de promover a extinção de delegacias, principalmente, uma da mais alta importância como a do Barreiro”, garantiu.
O chefe adjunto da Polícia Civil afirmou também que há, sim, um plano para reforçar a delegacia do Buritis, o que não deverá acarretar mudanças no Barreiro. Alvarenga salientou ainda que há um deficit de investigadores em Minas Gerais e disse que existe um projeto para reforçar o uso de tecnologias como o Skype (programa de comunicação via Internet) na interlocução com a Polícia Militar, especialmente no interior do Estado, para evitar deslocamentos desnecessários.
A abertura anual de concurso para a Polícia Civil foi outro ponto defendido pelo deputado Cabo Júlio. Ele disse, ainda, que o plantão do Barreiro atende a duas outras regionais, Nova Lima (Região Metropolitana de Belo Horizonte) e Centro-Sul (BH), questionando a sobrecarga de trabalho para apenas um delegado e dois escrivães.
O deputado João Leite (PSDB) também afirmou ser favorável a melhorias para Polícia Civil. Já o deputado Sargento Rodrigues (PDT) destacou ainda a queda nos investimentos na instituição, que teria recebido R$ 36 milhões em 2014 e apenas R$ 4 milhões em 2015. Segundo ele, o atual governo não tem priorizado a segurança pública.
Ofício - Durante o encontro, também foi levantado o suposto desconforto gerado pelo teor de um ofício enviado por um delegado da Regional do Barreiro, respondendo à convocação feita pelos deputados para comparecer à audiência pública e esclarecer os fatos relativos ao possível fechamento da unidade. O deputado Cabo Júlio ressaltou que cabe ao Poder Legislativo fiscalizar as ações do Executivo, o que inclui a Polícia Civil, e lembrou que a resposta teria gerado uma celeuma institucional.
O delegado Antônio Carlos de Alvarenga justificou que essa não é a posição oficial da Polícia Civil e assegurou que a parceria com a Casa Legislativa é importante para a corporação e valorizada pela maioria dos seus membros.