Em audiência no dia 1/7, representante da Secretaria de Saúde informou que faltam recursos para os hospitais mineiros

Fim da pediatria no Risoleta Neves será debatido em reunião

Atendimento foi encerrado por falta de recursos. Comissão vai debater o assunto na próxima quarta (13).

08/07/2016 - 12:59 - Atualizado em 08/07/0016 - 18:45

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai debater, na próxima quarta-feira (13/7/16), o encerramento dos atendimentos pediátricos no Hospital Risoleta Tolentino Neves, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. A reunião está marcada para as 9h30, no Auditório, e atende a requerimento dos deputados Iran Barbosa (PMDB) e Arlen Santiago (PTB).

A informação é de que casos clínicos não devem mais ser encaminhados para o local, embora as urgências continuem sendo atendidas. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), cerca de 800 crianças deixarão de ser atendidas por mês na unidade, em decorrência da medida. Ainda conforme informações do Sindmed, a pediatria já foi desativada em aproximadamente 17 hospitais na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Dificuldades - Em uma audiência realizada pela Comissão de Saúde no dia 1° de julho, gestores da Secretaria de Estado de Saúde (SES) informaram que somente nove dos 133 hospitais de Minas, que deveriam receber recursos do Programa Estadual de Atenção Hospitalar (Pro-Hosp), nos primeiros quatro meses deste ano, foram beneficiados.

Os atrasos no repasse do Pro-Hosp chegam a R$ 54 milhões no período. A origem do problema seria a queda na arrecadação estadual aliada a problemas também no envio dos recursos federais.

No que se refere à situação do Hospital Risoleta Neves, a subsecretária de Inovação e Logística da SES, Adriana Araújo Ramos, descartou, na ocasião, a possibilidade de atender a curto prazo reivindicações feitas por parlamentares e entidades de classe. Entre as demandas, está a de que fosse feita uma intervenção emergencial para impedir o fechamento do atendimento pediátrico do Hospital Risoleta Neves.

A unidade, explicou Adriana, não faz parte da rede da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), mas o Estado tem contribuido com 60% dos recursos necessários para seu funcionamento. “Estávamos em dia até o mês passado, mas este mês não temos de onde tirar os R$ 7 milhões de nossa contrapartida mensal. Não existe o dinheiro, e estamos sem perspectivas por parte da Secretária de Fazenda”, disse.

Convidados - Foram convidados para a audiência o ministro da Saúde, Ricardo Barros; o secretário de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz; o diretor-geral do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Henrique Oswaldo da Gama Torres; o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (Cao-Saúde), promotor Gilmar de Assis; o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, Fábio Augusto de Castro Guerra; e o secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Geraldo Pimenta Júnior.

Também foram chamados o prefeito de Vespasiano, Carlos Moura Murta; o presidente da Associação Médica de Minas Gerais, Lincoln Lopes Ferreira; o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems/MG), José Maurício Lima Rezende; e o vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ederson Alves da Silva.