Comissão discute risco da presença de mexilhão-dourado em MG
Segundo deputado, molusco que obstrui estações de energia e água pode ter chegado a Três Marias, exigindo prevenção.
10/06/2016 - 14:39Pesquisadores, ambientalistas e gestores estaduais foram convidados para audiência pública da Comissão de Minas e Energia que discutirá, nesta quinta-feira (16/6/16), a invasão do mexilhão-dourado na Bacia do Rio São Francisco, conforme requerimento do deputado Gil Pereira (PP), presidente. A reunião será às 9h30, no Auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Responsável por prejuízos à flora e à fauna e pela obstrução de tubulações de água em instalações de captação e geração de energia, o mexilhão-dourado é um molusco originário da Ásia. “Depois de ter se espalhado em várias bacias do País, há uma suspeita de que agora o mexilhão possa estar também na Represa de Três Marias, em Minas, e precisamos discutir ações preventivas”, alerta o deputado.
Gil Pereira ressalta que o mexilhão-dourado causa prejuízos graves quando obstrui filtros de sistemas industriais e usinas hidrelétricas. O molusco, que adere a praticamente qualquer substrato sólido, inclusive vidros, PET e teflon, pode se incrustar ainda em tanques-rede usados na psicultura e prejudicar também meios de transporte fluvial.
Detectado na América do Sul em 1991, na foz do Rio da Prata, na Argentina, o mexilhão-dourado se dispersou nas décadas seguintes por rios do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Em outubro do ano passado, sua presença foi confirmada também na Região Nordeste, na divisa entre Bahia e Pernambuco, no reservatório de Sobradinho e no canal de transposição do Rio São Francisco.
Convidados - Foram convidados para a reunião o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Jairo José Isaac; a procuradora da República em Minas Gerais, Mirian do Rosário Moreira Lima; o promotor de Justiça da Bacia Hídrica do Rio São Francisco, Daniel Oliveira de Ornelas; o diretor-presidente da Cemig, Mauro Borges Lemos; a presidente da Copasa, Sinara Inácio Meireles Chenna; a diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Maria de Fátima Chagas Dias Coelho; o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis de Minas Gerais (Ibama/MG), Marcelo Belisário Campos; o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Márcio Tadeu Pedrosa; o presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), José Alexandre da Costa Machado.
E ainda o coordenador do Centro de Bioengenharia de Espécies Invasoras de Hidrelétricas, Antônio Valadão Cardoso; o presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Antônio Neiva; o diretor de Assuntos Ambientais da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), Pedro Luiz Fuentes Dias; e o capitão de corveta Vicente Campos Custódio, da Capitania dos Portos, da Marinha Brasileira, de Pirapora.