Parlamentares federais, estaduais e municipais, secretários de Estado, prefeitos, representantes de diretórios e militantes da legenda participaram, na noite desta segunda-feira (4/4/16), de Reunião Especial realizada no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para comemorar os 50 anos do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Durante a cerimônia, conduzida pelo presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), foi entregue placa comemorativa ao vice-governador e presidente do partido em Minas, Antônio Andrade. A trajetória da legenda a favor da redemocratização do País e seu papel na atual crise política e econômica foram destacados na solenidade.

Autor do requerimento da homenagem, o deputado João Alberto (PMDB) afirmou em várias passagens de seu pronunciamento ser a democracia que fortalece as instituições e disse que o Parlamento deve ser a primeira casa a dar respostas aos questionamentos do momento em meio às recentes manifestações públicas realizadas no Brasil. "A classe política deve fazer o mea culpa e absorver este momento para mudanças e aperfeiçoamento da gestão pública", frisou ele.

O deputado disse ser preciso ficar claro que o recado vindo das ruas é para toda a classe política, independentemente de partidos. "A democracia é feita das divergências e do repúdio a qualquer incitação ao ódio, ira e intolerância", frisou o parlamentar, afirmando que a autofagia da classe política é a causa para a situação atual do País. Apesar disso, João Alberto frisou que caberá à própria classe política reverter o momento de turbulência. "As respostas virão pela política, ouvindo as ruas e retomando a paz social", avaliou o deputado.

No PMDB há 20 anos, João Alberto destacou vários momentos relacionados à história do partido. Ressaltou, entre outros, que o cinquentenário da legenda é comemorado no mesmo ano em que Ulysses Guimarães, considerado o símbolo de resistência em favor da democracia, completaria um século de vida. Lembrou, também, o contexto em que se originou o partido, voltando ao ano de 1965, quando o governo militar editou o AI-2 extinguindo os partidos políticos existentes à época. "Situação e adeptos do regime se agrupam na Aliança Renovadora Nacional, a Arena, enquanto oposicionistas ao regime fundam o Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, de crítica à situação vigente", destacou o deputado.

Mais à frente, com o fim do bipartidarismo imposto pelos militares e a volta do pluripartidarismo no fim dos anos 70, o MDB viria a ganhar a configuração de partido, adotando seu nome atual. A partir daí, o deputado lembrou de momentos como o engajamento do partido no movimento pelas Diretas Já, tendo à frente Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Teotônio Vilela. Embora o voto direto para eleição do presidente da República tenha sido derrotado num primeiro momento, o deputado lembrou que o PMDB integrou a Frente eleita pelo Colégio Eleitoral e liderada por Tancredo como presidente, iniciando a redemocratização do País.

"O Partido, mesmo com seus reveses, marca sua conduta como ponto de equilíbrio e governabilidade no País. No Governo Itamar, este com origens no PMDB, o partido consolida a estabilidade política e o início da estabilidade econômica; no Governo FHC, a estabilidade econômica, e no Governo Lula, a estabilidade social", resumiu o deputado, ressaltando, ainda, a eleição do presidente nacional do partido e deputado federal Michel Temer como vice presidente da República em 2010 e sua reeleição em 2014.

Respeito ao pluralismo - Em seu discurso de agradecimento, o vice-governador e presidente da legenda em Minas também destacou a origem do partido como MDB e sua resistência contra a ditadura militar e considerou o respeito ao pluralismo como das maiores virtudes do PMDB. "Ao longo de sua história, o partido acertou mais do que errou", afirmou Antônio Andrade.

O dirigente da legenda no Estado ressaltou que mais de 150 prefeitos e quase mil vereadores em Minas foram eleitos pelo PMDB e que o partido tem diretórios espalhados por todo o Estado. Ressaltou, também, que o PMDB é um partido que sempre respeitou os demais e disse que, em próximas eleições, a legenda está ciente de que terá que fazer coligações e apoiar outros partidos.

Já o ex-deputado federal Newton Cardoso lembrou de seu ingresso na legenda destacando ter sido eleito inicialmente prefeito de Contagem e depois governador de Minas no período de 1987 a 1991 pelo PMDB. “Essa história é a de um partido de coragem desde a ditadura, um partido que abrigava e apoiava aqueles de esquerda e reunia a força democrática e de resistência".

Compuseram ainda a mesa da solenidade o deputado federal Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG); a defensora pública geral do Estado, Christiane Neves Procópio Malard; o presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Sebastião Helvécio; o secretário de Estado de Governo, Odair Cunha; a deputada estadual Celise Laviola (PMDB); o presidente da Associação Mineira dos Municípios e prefeito de Pará de Minas, Antônio Júlio; o presidente do PRB-MG, deputado estadual Gilberto Abramo; e o presidente nacional da Juventude do PMDB, Bruno Júlio.

Livros – Após a solenidade no Plenário, foram lançados três livros sobre personagens históricos do PMDB. Uma delas foi “Um médico nos bastidores da política – A história recontada” , autobiografia do ex-deputado Armando Costa, presidente estadual do partido entre 1993 e 2002, deputado federal por dois mandatos e estadual por outros dois. Foi ainda secretário de Saúde de Minas Gerais em 2000 e 2001.

De autoria do jornalista e professor Itamar Oliveira, “Constituição de 1988 – A Semente da Liberdade e da Cidadania” reúne entrevistas, depoimentos e reportagens sobre os 28 anos da Constituição de 1988 e os 50 anos do PMDB.

Itamar Oliveira também divide com Bianca Alves a autoria da terceira obra lançada, “Conegundes – Operário da Liberdade e da Cidadania”, que trata da vida e da carreira de Manoel Conegundes, que foi deputado estadual entre 1983 e 198