Ameaçada de fechar, maternidade de Betim receberá deputados

Visita da Comissão de Participação Popular será nesta terça (15), data em que a instituição pode fechar as portas.

11/03/2016 - 15:52 - Atualizado em 11/03/2016 - 20:23

Verificar as reais condições de funcionamento da Maternidade Pública Municipal de Betim Haydée Espejo Conroy, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e, se possível, evitar o seu fechamento. Esse é o objetivo da visita que a Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promoverá às dependências da unidade nesta terça-feira (15/3/16), às 9 horas, que promete se transformar em um ato popular em defesa da instituição.

O requerimento com este fim foi assinado pela deputada Marília Campos (PT), presidente da comissão, e pelos deputados Geraldo Pimenta (PCdoB), que é da cidade, e Ricardo Faria (PCdoB), ambos médicos. A maternidade está situada na Rua Gaturama, 180, Jardim Teresópolis, e está programada para fechar as portas à população justamente na terça (15).

O que for apurado na visita será debatido em audiência pública da mesma comissão, em data ainda a ser agendada. Tanto na visita quando neste debate, os deputados pretendem ouvir os profissionais de saúde, lideranças e a população sobre o impacto, para o atendimento público de saúde na RMBH, do fechamento desta e de outras unidades de saúde na cidade, além da municipalização do Hospital Regional Público de Betim Professor Osvaldo Franco, no Bairro Espírito Santo. Municipalizada, a instituição deixaria de atender moradores de outras 26 cidades vizinhas.

Essas medidas estão em fase de implementação pela prefeitura local, que alega a precariedade financeira do município, mas também encontram a oposição do Ministério Público, que já foi acionado pelos deputados.

Segundo Geraldo Pimenta, a maternidade, que já foi considerada referência nacional de qualidade no atendimento público, realiza em média 300 partos por mês e atende pacientes de toda a região. Ele também questionou o fechamento de duas unidades de pronto atendimento e a ameaça de fechamento de cinco unidades básicas, colocando em risco a vida da população carente, que mais precisa do serviço.

“Betim vive uma grave crise na saúde. O prefeito decretou estado de calamidade financeira na cidade e depois propôs o fechamento das unidades de saúde. Se a situação já era ruim, agora vai ficar pior, pois sofreremos com as epidemias da dengue, chikungunya e do vírus da zika", destacou o parlamentar.

Cortes - Apesar de reconhecer as dificuldades financeiras do município e de outras prefeituras mineiras, Marília Campos defendeu que cortes de despesas sejam feitos em outros setores e não na saúde ou em projetos sociais. O fechamento das unidades, segundo ela, podem gerar o que classificou como “sofrimento metropolitano”. Ex-prefeita de Contagem, a parlamentar lembrou ainda que a rede de saúde de Betim atende pessoas vindas de toda microrregião do Médio Paraopeba. Por isso, avaliou que tais medidas devem sobrecarregar sobretudo os serviços de saúde em Belo Horizonte e Contagem.

"Vamos fazer essa visita técnica dentro do intuito de investigarmos o fechamento das unidades de saúde e encontrarmos uma saída para essa situação. O fechamento, principalmente da maternidade municipal, é um problema metropolitano. Vamos conclamar o Governo do Estado e Governo Federal para que nos ajudem na busca de soluções", afirmou Marília Campos.

Por fim, Ricardo Faria lembrou que a maternidade em Betim tem um compromisso social com comunidades vizinhas, pois é referência de toda uma região. Ele também lamentou as dificuldades financeiras do município, mas alega que isso não pode servir de pretexto para sacrificar a população.