A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) está contratando adolescentes trabalhadores com deficiência, por meio da Associação Profissionalizante do Menor (Asprom). A empresa, que agencia o trabalho de jovens entre 16 e 17 anos em situação de vulnerabilidade social, e que já fazia essas contratações para a Assembleia, agora passa a contratar também os menores com deficiência. A iniciativa foi comemorada em reunião da Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência da ALMG, realizada na tarde desta terça-feira (15/12/15). Além de deputados da comissão participaram os responsáveis pelas contratações no Legislativo mineiro e na Asprom.

Eliane de Fátima Magalhães Gomes falou em nome do Núcleo Vida, setor da Assembleia responsável pela gestão do trabalho dos adolescentes trabalhadores. Ela disse que está participando de um momento muito alegre para a Casa, em que se amplia a inclusão dos jovens com deficiência na ALMG. “É um momento de celebrarmos oficialmente a vinda desses adolescentes, um gesto que é muito importante para eles”, comemorou.

O diretor de Infraestrutura da ALMG, Luiz Fernando de Souza Cruz, lembrou que, numa viagem ao exterior, presenciou rapazes com deficiência limpando mesas em um restaurante. Anos depois, após assumir o novo cargo, ele teve a ideia de propor que adolescentes com deficiência trabalhassem junto com os outros adolescentes trabalhadores na Assembleia. “É uma porta que se abre para eles e eu espero que seja uma entre várias que ainda poderão ser abertas”, destacou ele, agradecendo à comissão.

O gerente de Telecomunicações e Serviços da Assembleia, Anderson Moratori, afirmou que a Casa já teve um programa de inclusão na década de 1990, no qual os jovens com deficiência eram contratados como ascensoristas. Ele enalteceu a iniciativa atual e externou sua alegria com o recrutamento dos novos adolescentes.

Asprom - O assessor técnico da presidência da Asprom, Márcio Caldeira, afirmou que é um privilégio poder contribuir com a ação. Ele defendeu que atitudes como a do Parlamento mineiro sejam replicadas para todo o setor público e que sejam transformadas numa política de estado. “Temos que mostrar que existe retorno nesse investimento, de promover o acesso dessas pessoas ao mercado de trabalho”, disse.

Ao final, o presidente da comissão, deputado Duarte Bechir (PSD), pediu uma salva de palmas para os oito ATs com deficiência contratados presentes à reunião: João Vítor, Jordan, Natália, Bruno, Carlos Willian, Ramon, Ludmila e Bruno.

Escola reivindica ensino médio e novas oficinas

A assistente social da Escola Especial Sandra Risoleta de Lima Hauck, Zilda Eugênia Miranda, falou sobre o problema enfrentado pelos alunos que concluem o ensino fundamental na instituição. Segundo Sandra, eles tem que ir para outras escolas e serem incorporados ao ensino convencional, sem atendimento especial. Por isso, defendeu a abertura, na escola, de turmas do ensino médio para os adolescentes com deficiência.

Ela ressaltou que aqueles que concluem o ensino fundamental podem continuar frequentando as oficinas que a Escola Especial Sandra Risoleta oferece, mas que é necessário ampliá-las, para que possam atender ao aumento da demanda. Também disse que a escola atende a pessoas com autismo, síndrome de down, esquizofrenia e deficiência visual e conta com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e professores especializados.

O deputado Duarte Bechir apresentou requerimento, a ser aprovado na próxima reunião, à Secretaria de Estado de Educação, solicitando providências no sentido de implantar o ensino médio na Escola Especial Risoleta de Lima Hauck e de ampliar as oficinas na escola.

Bechir também anunciou que pediu à presidência da Casa um intérprete de Libras para atuar nas reuniões da comissão. Participaram também da reunião os deputados Antônio Carlos Arantes (PSDB), João Vítor Xavier (PSDB) e Wander Borges (PSB).

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