O PL 2.938/15, do governador do Estado, estima as receitas e fixa as despesas do Estado para o exercício financeiro de 2016

Análise do parecer ao Orçamento ficou para as 18 horas

Relator distribuiu, na manhã desta quinta (3), cópias do parecer ao PL 2.938, que trata do Orçamento de 2016.

03/12/2015 - 16:30 - Atualizado em 15/12/2015 - 18:14

Em reunião na manhã desta quinta-feira (3/12/15), da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária ampliada com membros das comissões permanente, foram distribuídos avulsos (cópias) do parecer de turno único ao Projeto de Lei (PL) 2.938/15, do governador, que estima as receitas e fixa as despesas do Estado de Minas Gerais para o exercício financeiro de 2016. Com a distribuição das cópias, a análise do parecer do presidente da comissão e relator, deputado Tiago Ulisses (PV), ficou para a reunião marcada para as 18 horas.

O Orçamento Fiscal do Estado para o exercício financeiro de 2016 estima a receita em cerca de R$ 83,10 bilhões (2,1% a mais que a de 2015, de R$ 81,4 bilhões), e fixa a despesa total em cerca de R$ 92,02 bilhões, indicando um déficit fiscal de R$ 8,9 bilhões - descontadas as receitas e despesas intraorçamentárias, de R$ 13,85 bilhões. Segundo o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, as projeções foram corrigidas negativamente em função da redução na receita do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), inicialmente estimada em R$ 43,7 bilhões e agora revista para R$ 40,4 bilhões. O projeto também estima o Orçamento de Investimento das Empresas Controladas pelo Estado em R$ 5,82 bilhões.

PIB negativo - Foi atualizada negativamente a estimativa do PIB brasileiro, que serve como parâmetro para o orçamento do Estado. Em novembro, o governador Fernando Pimentel encaminhou à ALMG o PL 3.027/15, que revisou a meta fiscal de 2016. Na exposição de motivos, o secretário Helvécio Magalhães afirma que a previsão de crescimento da economia brasileira para 2015 foi revisada para baixo nos meses seguintes à publicação da LDO de 2016. Dessa forma, o crescimento do PIB para 2016, inicialmente previsto em 1,3%, foi revisto para uma taxa negativa de -1,43%, de acordo com o Relatório Focus do Banco Central de outubro deste ano.

Foram também utilizados como parâmetros macroeconômicos para a estimativa de receitas a taxa de 6,22% acumulada no ano para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA); e, ao fim de 2016, a meta da taxa Selic de 13% com uma taxa de câmbio com o dólar valendo R$ 4,20.

Também está prevista uma redução nos repasses de dividendos das empresas estatais (receita patrimonial), de R$ 1,1 bilhão para R$ 987 milhões, antecipando um desempenho pior das empresas controladas pelo Estado.

Em seu parecer, Tiago Ulises opina pela pela aprovação do PL 2.938, em turno único, com as emendas nºs 1 a 8, 10, 14, 15, 33 a 36, 39, 50 a 53, 55 a 64, 66, 67, 70, 71, 76 a 79, 90, 117, 118, 122 a 131, 140 a 161, 180 a 185, 187 a 200, 202 a 204, 211, 213 a 220, 224, 225, 233, 234, 345 a 373, 375, 377 a 383, 385 a 390, 401, 501, 511 a 527, 541 a 548, 585 apresentadas por parlamentares; com as emendas nºs 601 a 631, 633 a 635, 637 a 639 apresentadas pela Comissão de Participação Popular; com a emenda nº 538 apresentada por Antônio Carlos Arantes (PSDB) e Fabiano Tolentino (PPS); com as subemendas nº 1 às emendas nºs 9, 11, 12, 13, 16 a 18, 22, 24, 25, 40, 42, 54, 65, 68, 69, 72 a 75, 84, 86, 87, 89, 94, 119, 120, 133, 166, 169, 173, 179, 186, 201, 205 a 210, 221 a 223, 226 a 229, 231, 232, 237, 238, 262, 374, 376, 384, 400, 412, 504, 506, 549, 550 a 552, 579, 581, 591, 592, 594, 632, 636, e com as emendas nºs 640 a 729 apresentadas ao final do parecer. As demais emendas tiveram parecer pela rejeição ou ficaram prejudicadas.

O relator esclarece que, dos R$ 83,10 bilhões de receitas previstos para 2016, apenas 44,52% (R$ 37 bilhões) são recursos ordinários livres do Estado. “As receitas restantes referem-se a recursos vinculados, como a alienação de ativos, as transferências da União, as transferências multigovernamentais, as transferências de convênios e as transferências constitucionais aos municípios, evidenciando o elevado grau de rigidez orçamentária, que se traduz no reduzido poder discricionário de alocação de recursos por parte do Estado”, explicou Tiago Ulisses.

O parecer também explica que as receitas no Orçamento Fiscal são discriminadas em Correntes, de Capital, Intraorçamentária e Deduções da Receita Corrente. As Receitas Correntes formam a maior parte, com uma estimativa de arrecadação de R$ 74,44 bilhões para 2016. Já as Receitas de Capital, segundo o projeto, tem redução estimada em 29,58% em relação a 2015, atingindo R$2,89 bilhões em 2016, principalmente devido à redução das operações de crédito.

Despesas de pessoal - Quanto às despesas de pessoal, o parecer mostra que elas foram projetadas em R$ 41,06 bilhões em 2016, o que representa 5,67% de aumento em relação a 2015, que foram de R$ 38,85 bilhões. No Poder Executivo, os órgãos com maiores folhas de pagamento foram a Secretaria de Estado de Educação, com R$ 6,34 bilhões, e a Polícia Militar de Minas Gerais, de R$ 3,78 bilhões. O Executivo concentra 83,5% dos gastos com pessoal, sendo 49,77% referente ao pessoal ativo e 33,78% referente aos inativos.

O Judiciário é responsável por 9,32% da despesa prevista com pessoal e encargos, o Legislativo (incluindo o Tribunal de Contas do Estado) por 3,82% e o Ministério Público por 3,31%.

Em seu parecer, Tiago Ulisses lembra que as Comissões de Fiscalização Financeira e Orçamentária, de Participação Popular e comissões temáticas da Casa promoveram audiências públicas com a sociedade com o objetivo de discutir o projeto de lei do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2016-2019, bem como de colher sugestões para o seu aprimoramento. “Esse processo resultou na apresentação, pela Comissão de Participação Popular, de 39 emendas ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Outras 600 emendas foram apresentadas pelos parlamentares e pelo Bloco Verdade e Coerência”, salientou.

Por isso, tendo em vista as restrições de ordem constitucional e legal para a apresentação de emendas ao Orçamento e a escassez de recursos ordinários livres, o relator afirma que “procedeu-se a um amplo acordo para se estabelecerem as prioridades dos parlamentares”. E completou: “Além disso, apresentamos várias subemendas a emendas de parlamentares, com o objetivo de atender às solicitações feitas”.

Tiago Ulisses explica que, por sugestão do deputado Bosco (PTdoB), foram apresentadas as emendas nºs 653 e 654. Por sugestão do deputado Antônio Jorge (PPS), o relator apresentou a emenda nº 655 e por sugestão do deputado Dirceu Ribeiro (PHS), as emendas nºs 656 e 665. Já as emendas 657 e 664 foram sugeridas por Geraldo Pimenta (PCdoB); as emendas nºs 657 e 664 pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e as emendas nºs 661 a 663 a pedido do deputado Douglas Melo (PSC).

“Apresentamos, também, várias emendas solicitadas pelo Poder Executivo”, esclareceu Tiago Ulisses. “Apresentamos, ainda, 42 emendas para garantir a compatibilidade da lei orçamentária com a criação de ações no âmbito do projeto de lei do PPAG 2016-2019”, disse.

O presidente da FFO informou ainda que a emenda nº 729 foi apresentada para recomposição do limite mínimo fixado pela LDO para a dotação Reserva de Contingência, de 1% da Receita Corrente Líquida (RCL), “uma vez que, para facilitar o processo de apresentação das emendas pelos parlamentares, adotamos o procedimento de indicar aquela dotação como fonte para dedução”.

Por fim, o relator explica que é necessário destacar que as subemendas nº 1 às emendas nºs 179 e 632 e as emendas nºs 603, 619, 664, 667 a 676 e 702 a 728 visam a adequar o Orçamento às inclusões de ação e programa propostas no PPAG.

Consulte o resultado da reunião.