Para marcar o Dia Internacional da Mulher, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai realizar, no próximo ano, um ciclo de debates. O evento, que ainda não tem data definida, começou a ser discutido nesta terça-feira (1º/12/15) com a participação de entidades ligadas ao movimento de defesa dos direitos das mulheres.

O objetivo da primeira reunião foi coletar sugestões de temas e de formato para o evento. A deputada Rosângela Reis (Pros) sugeriu a continuidade do debate sobre a participação política das mulheres, que foi iniciado neste ano com a realização de audiências públicas na Capital e no interior e também com campanha nas redes sociais. Esse debate, na opinião da parlamentar, ganha ainda mais importância já que serão realizadas as eleições municipais em 2016. “Não vamos aceitar que a mulher faça apenas a composição partidária, mas que elas atuem efetivamente,” disse.

Já a deputada Marília Campos (PT) ressaltou que, neste ano, foi possível mobilizar as mulheres, que participaram ativamente das reuniões e eventos promovidos pela Comissão Extraordinária das Mulheres. No entanto, a deputada destacou que ainda é possível registrar uma participação e filiação do público feminino em menor quantidade do que o masculino. Marília Campos disse ainda que, além da participação política, a violência deve ser um tema discutido no ciclo de debates.

Representando a Rede de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher, Ermelinda Ireno, argumentou que é preciso analisar que muitas mulheres não participam politicamente, pois ainda estão tentando sobreviver a violência doméstica. Para ilustrar, ela citou que, de acordo com o Mapa da Violência, nas últimas três décadas foram registrados 109 mil feminicídios no Brasil, o que reforça a necessidade de debater os dois temas: a violência contra a mulher e também a participação da mulher na política.

Para atuar na diminuição da violência, Maria Izabel Ramos de Siqueira, representando a União Brasileira de Mulheres de Minas Gerais, defendeu a necessidade das ações terem como foco a prevenção da violência, e não apenas o seu enfrentamento.

Essa opinião foi compartilhada pela representante da Defensoria Pública, Samantha Vilarinho. Para a defensora, a prevenção deve ser trabalhada com foco na educação em direitos, já que a mulher, ainda hoje, não sabe, em muitos casos, o que é violência. Samantha apontou ainda que é necessário incluir no debate os profissionais responsáveis pelo atendimento a mulher vítima de violência para que eles possam oferecer um atendimento mais humanizado.

Foram apresentados ainda os seguintes temas para serem debatidos durante o evento: mulheres jovens, negras, do campo, quilombolas e idosas.

PEC 16 – Outro tema citado na reunião foi a tramitação na ALMG da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 16/15, que busca garantir a presença de pelo menos uma mulher na Mesa da Assembleia. Diversas representantes de entidades vinculadas à defesa da mulher cobraram a aprovação da proposta e também solicitaram uma reunião com o presidente da Assembleia, deputado Adalclever Lopes (PMDB), sobre a PEC.