Presidente de festa carnavalesca de Bonfim mostra imagens da comemoração

Carnaval de Bonfim pode se tornar patrimônio imaterial

Comissão de Cultura solicitou que Iepha estude solicitação de representantes da tradicional festa carnavalesca.

25/11/2015 - 19:19

O possível reconhecimento do Carnaval a Cavalo de Bonfim (Região Central) como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais foi discutido, nesta quarta-feira (25/11/15), em audiência pública da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Recentemente, a Comissão de Cultura aprovou requerimento solicitando, ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), a realização de estudos para que a festa de Bonfim fosse considerada patrimônio imaterial. Esse requerimento foi uma iniciativa da deputada Ione Pinheiro (DEM), da mesma forma que a audiência pública realizada nesta quarta.

Durante a reunião, o gerente de Patrimônio Imaterial do Iepha, Luís Gustavo Mundim, afirmou que o órgão irá analisar a demanda, mas esclareceu que atualmente são priorizados processos mais amplos, regionais, que abrangem mais que um município. Ele informou, por exemplo, que já há processos em andamento para reconhecimento das Folias de Minas, que são diversas comemorações carnavalescas tradicionais do Estado. Há outro em andamento sobre as Cavalhadas, que são as festas que retratam o embate entre cristãos e mouros.

O presidente do Carnaval a Cavalo de Bonfim, Leonardo Silva, apresentou imagens da festa e salientou a diferença entre a comemoração e as Cavalhadas. Em Bonfim, Silva afirmou que já não há uma representação de batalha entre mouros e cristãos. “Bonfim trocou as armas da batalha por confete e serpentina”, explicou. Na festa, há desfiles e evoluções em que cavaleiros usam fantasias de veludo, bordadas com pedrarias, enquanto que as montarias também são decoradas de forma vistosa. “Toda a população se envolve”, afirmou Silva. Ele informou que a festa surgiu em 1833, como cavalhada, sendo transformada em comemoração carnavalesca em 1840.

A deputada Ione Pinheiro disse que o Carnaval de Bonfim lhe traz lembranças de sua infância e que estava feliz em dividir com representantes da cidade a alegria de um provável reconhecimento como patrimônio imaterial. O deputado Wander Borges (PSB) ressaltou a importância de se manter as tradições das cidades mineiras e elogiou o trabalho realizado pelos moradores de Bonfim. Já o deputado Geraldo Pimenta (PCdoB) frisou que o eventual reconhecimento da festa como patrimônio imaterial contribui para trazer mais turistas ao Estado, reforço importante para a economia.

O prefeito de Bonfim, Ermir Fonseca Moreira, aproveitou a reunião para solicitar aos representantes do Estado o apoio para viabilizar o uso de madeira apreendida na Fazenda Boa Esperança, no município de Belo Vale (Região Central), nas obras de restauração do Santuário do Senhor do Bonfim. Ele disse que a madeira já está disponível e que é urgente sua liberação, sob pena de inviabilizar sua utilização na obra. O gerente de Patrimônio Imaterial do Iepha confirmou que a madeira foi reservada para esse tipo de obra e que a solicitação será encaminhada à direção do Iepha. A Comissão de Cultura aprovou requerimento, de autoria coletiva, apoiando a reivindicação do prefeito e solicitando providências dos órgãos estaduais.

Consulte o resultado da reunião.