PM garante a deputados que regularizou recarga de munição
Afirmação foi feita nesta terça (24) por oficial responsável pelo serviço em audiência da Comissão de Segurança Pública.
24/11/2015 - 12:09O fornecimento de munição para a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) motivou a realização, nesta terça-feira (24/11/15), de audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião, solicitada pelo presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), foi agendada a partir da informação de que a suspensão de contrato com uma empresa que faz o trabalho de recarga poderia prejudicar o treinamento dos policiais da corporação. No entanto, o gestor de Recargas da Diretoria de Apoio Logístico da PMMG, major PM Juliano Cançado Dias, informou que a situação já está regularizada, com a contração de nova empresa e o fornecimento de munição necessário à corporação.
O major Cançado disse que a empresa que prestava o serviço de manuseio de maquinário para produção de munição faliu e, em maio desse ano, foi contratada uma nova empresa, com 12 funcionários civis trabalhando no Centro de Material Bélico (CMB). “Só tivemos avanço em 2015, com contratação da nova empresa. Tivemos uma guinada na produção de munição”, disse o major.
Questionado pelo deputado Cabo Júlio (PMDB) sobre o que foi licitado pela corporação, o major explicou que a recarga é produzida de forma seriada e que cada um dos 12 funcionários se especializam em um tipo de máquina, com a supervisão de um policial militar.
O major Cançado disse ainda que 52 militares trabalham no CMB, que faz produção permanente de insumos de recarga, além das aquisições e manutenções de todas as armas da polícia. Disse que, em 2016, a economia do Estado com a fabricação de munição será de R$ 1,9 milhão, já que o material produzido, segundo o major, tem qualidade com um custo 30% menor do que o oferecido no mercado. “Isso já denota o quanto é importante e valiosa a produção da munição”, afirmou.
O major ainda informou que a produção do centro está em alta e que todas as munições necessárias para a corporação foram distribuídas. Também apontou que, até fevereiro, todas as unidades do interior vão receber munições necessárias para o treinamento dos policiais. Ele explicou ainda que a PMMG busca qualificar e capacitar seus policiais militares e que esta qualificação consiste no ensinamento necessário para estar apto para trabalhar. Já a capacitação envolve os treinamentos periódicos. Ponderou que o policial sempre tenta utilizar instrumentos não letais ou a força física, antes de usar a arma de fogo.
Ferramenta de trabalho - O deputado Sargento Rodrigues disse que ficou preocupado com a suspensão desse contrato principalmente porque isso deixaria sem treinamento cerca de 43 mil homens na ativa. O parlamentar lembrou que o policial militar fica com a arma praticamente 24 horas por dia. “O policial usa a arma como ferramenta de trabalho todos os dias e ele precisa ter treinamento para, no momento adequado, de uma ação real, não ter dúvida de usá-la”, disse Rodrigues.
O diretor da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (AOPMBM), coronel PM Alberto Luiz Alves, também se disse preocupado com a então suspensão do contrato já que “o treinamento é uma parte essencial para o trabalho do policial militar”. No entanto, afirmou ter certeza de que hoje tudo está regularizado para distribuir munição de treinamento, sem problemas de logística em 2016. “O homem bem treinado utiliza a arma de fogo para salvar a vida de um inocente e a sua vida”, disse o coronel.
Demora - O treinamento, a cada dois anos, do policial militar foi criticado pelo diretor jurídico da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-PM/BM), cabo Berlinque Cantelmo. Para ele, é um lapso temporal muito grande já que, em sua opinião, o déficit no treinamento pode proporcionar uma segurança pública deficitária. Em sua fala, ainda parabenizou o CMB pelos esforços para sanar os problemas no fornecimento de munição. O deputado Sargento Rodrigues também defendeu que o treinamento básico do policial deveria ser, no mínimo, anual.