Religiosos Pavonianos são homenageados em Reunião Especial
Fundada pelo italiano Ludovico Pavoni, Congregação dos Filhos de Maria Imaculada está há 50 anos em Belo Horizonte.
20/11/2015 - 14:23Os 50 anos da Congregação dos Filhos de Maria Imaculada (Religiosos Pavonianos) na Arquidiocese e município de Belo Horizonte foram celebrados em Reunião Especial no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na noite desta quinta-feira (19/11/5). A iniciativa da homenagem partiu do líder do Governo, deputado Durval Ângelo (PT).
Em mensagem lida pelo deputado Durval, o presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), destacou o trabalho social da congregação, fundada no Século XIX pelo italiano Ludovico Pavoni, que se dedicou à educação cristã de jovens menos favorecidos. “A congregação dos filhos de Maria Imaculada, por ele fundada, tem realizado um trabalho social de enorme importância em Belo Horizonte, atendendo a mais de 1.400 pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos, que vivem em aglomerados da Região Centro-Sul”, diz a mensagem.
“Os ideais desse italiano inovador permanecem acesos, iluminando a Capital mineira, baseados na compreensão, no amor, na valorização do trabalho e em princípios éticos, num projeto de justiça e igualdade social. Em nome dos mineiros, a Assembleia Legislativa enaltece os 50 anos dos religiosos pavonianos, cuja atuação é motivo de orgulho para nosso Estado”, conclui a mensagem do presidente.
Professor há 38 anos e parlamentar atuante na área de direitos humanos, o autor do requerimento pela reunião, Durval Ângelo também discursou, exaltando os valores da congregação, voltados para a promoção social e humana. “Durante mais de 20 anos, atuei como professor no Instituto Santo Tomás de Aquino (Ista), onde, nessas mais de duas décadas como professor, tive contato com muitos estudantes da congregação dos pavonianos. Alguns hoje são padres, mas todos são bons cidadãos e bons leigos engajados na caminhada da igreja com os pobres em Minas Gerais e no Brasil”, disse o deputado.
Falando sobre a homenagem, frisou que se tratava de uma “cerimônia simples e singela, como ensina um velho preceito evangélico e ensina hoje o Papa Francisco: que as coisas de Deus, as coisas dos pobres têm de primar pela simplicidade”. O parlamentar afirmou ainda ser importante que "a ALMG hoje, muitas vezes imponente, muitas vezes distante, se vista dessa simplicidade dos pobres, que são as verdadeiras obras de Deus”. Ele acrescentou que apresentou o requerimento “com a certeza de que o Poder Legislativo de Minas Gerais prestaria uma justa homenagem”. “Trata-se do reconhecimento do importante trabalho prestado pela Congregação dos Filhos de Maria Imaculada, em seus 50 anos de presença na Arquidiocese e Metrópole de Belo Horizonte”, frisou.
Durval louvou a proposta pedagógica da congregação e destacou o trabalho do Polo Educativo Padre Pavoni, desenvolvido nas Obras Sociais Pavonianas, na Escola Estadual Professor José Mesquita de Carvalho e no Centro de Saúde Tia Amância.
Obras sociais atendem mais de 500 crianças e 750 jovens
As obras sociais da congregação contemplam diferentes ações, como atendimento em tempo integral para mais de 500 crianças de 4 a 14 anos; profissionalização de mais de 750 jovens por ano, em cursos como cabeleireiro, manicure, culinária, corte e costura, informática, programação e manutenção de computadores, empreendedorismo e vendas; Educação para Jovens e Adultos (EJA), com mais de 200 alunos; grupo de convivência da terceira idade, com 40 integrantes; atendimento odontológico diário para crianças das obras sociais e da comunidade.
Segundo o deputado, a maior parte dos recursos para o custeio das ações é proveniente da Congregação dos Religiosos Pavonianos, mantenedora das Obras Sociais Pavonianas. Uma parcela menor provém de convênios com a Prefeitura de Belo Horizonte e o Governo de Minas Gerais, além de doações de terceiros.
O deputado Durval Ângelo, representando Adalclever Lopes, entregou placa alusiva à homenagem ao padre Ricardo Pinilla, superior-geral da Congregação dos Religiosos Pavonianos, e ao padre Renzo Flório, superior provincial da Congregação dos Religiosos Pavonianos no Brasil. Também participou do ato, entre outros, o padre André Callegari, diretor da Associação das Obras Pavonianas de Assistência em Belo Horizonte.
Ao receber a homenagem, o padre Renzo Flório lembrou a chegada dos pavonianos a Belo Horizonte e lamentou que ainda hoje, 50 anos depois, a cidade continue convivendo com “sofrimentos gritantes, com crianças, adolescentes e jovens pobres nas favelas e nos aglomerados”. “Queremos que a sociedade lhes ofereça trabalho; queremos que os cidadãos sejam capazes de trabalhar honestamente para ganhar o seu pão, para não precisarem recorrer a drogas, a latrocínio, a assassinato, para sobreviver. Essa é a nossa meta”, sublinhou.
Já o superior-geral da congregação pavoniana, padre Ricardo Pinilla, falou de sua satisfação por “constatar que as autoridades e o seu povo sabem valorizar um trabalho direcionado para o jovem e a criança mais necessitada. Um trabalho que possibilita a eles encontrarem um sentido verdadeiro para suas vidas, encontrar alegria e esperança”. Concluiu falando de seu desejo de que a parceria entre a Obra Social Pavoniana e o poder público “continue entrelaçada, gerando oportunidades de um futuro digno para os jovens que precisam de nosso apoio”.
A homenagem contou com a participação da Orquestra das Obras Sociais Pavonianas, sob a regência do maestro Antônio Márcio Moreira, com a violinista Camila Cândida e o cantor Diomar. Eles executaram o Hino Nacional Brasileiro, no início da cerimônia, e encerraram o ato com as músicas Cânone em Ré maior, do compositor Johann Pachelbel, e Deus no Sertão, da dupla Victor & Léo.