Deputados presentes na reunião comentaram a criação da Comissão Extraordinária das Barragens e as prioridades a serem observadas

Comissão das Barragens elege presidente e inicia trabalhos

Primeira atividade será reunião nesta terça-feira (17), com a presença de deputados do Espírito Santo.

16/11/2015 - 11:03

O deputado Agostinho Patrus Filho (PV) foi eleito presidente da Comissão Extraordinária das Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A escolha do parlamentar para ocupar o cargo foi feita na reunião desta segunda-feira (16/11/15), que deu início aos trabalhos. O deputado João Magalhães (PMDB) foi eleito vice-presidente.

Um requerimento de autoria de todos os membros marca a primeira atividade da comissão. Trata-se de uma audiência pública, a ser realizada nesta terça-feira (17), no Plenário, que contará com a presença de deputados mineiros e capixabas, tendo em vista os impactos do rompimento da barragem em Mariana (Região Central do Estado), no dia 5 de novembro, para cidades mineiras e também do Espírito Santo.

O presidente eleito agradeceu o apoio e a confiança dos colegas e anunciou que uma reunião, ainda nesta segunda (16), definirá a dinâmica dos trabalhos, assim como uma agenda de debates, visitas e reuniões.

Diversos deputados comentaram a criação da comissão e as prioridades a serem observadas. O deputado Gustavo Corrêa (DEM) destacou que existem mais de 700 barragens em Minas Gerais e apenas quatro profissionais responsáveis pela fiscalização. Para ele, isso mostra o tamanho do desafio e a importância da prevenção de novas tragédias como a de Mariana. Lamentou, ainda, o questionamento dos veículos de imprensa sobre a isenção da comissão, tendo em vista que alguns deputados teriam recebido doações de campanha de empresas mineradoras.

O deputado Gustavo Valadares (PSDB) pediu celeridade na atuação da comissão e sugeriu que a agenda de trabalhos seja definida o quanto antes para a que a população tenha uma resposta rápida do poder público em relação ao ocorrido.

O deputado Bonifácio Mourão (PSDB) lembrou que o rompimento em Mariana trouxe prejuízo a todas as cidades localizadas às margens do Rio Doce, que, segundo ele, é um curso d'água praticamente sem vida depois do desastre. “Temos que apurar responsabilidades e cuidar das vítimas”, ressaltou.

Os deputados Thiago Cota (PPS) e Cássio Soares (PSD) consideram o rompimento da barragem o maior acidente ambiental de todos os tempos no Brasil. Para eles, é preciso apurar as formas de recuperação do passivo ecológico, assim como minimizar os danos causados às centenas de famílias atingidas.

A deputada Celise Laviola (PMDB) disse que a situação é dramática e que um comitê de gerenciamento de crise foi criado na região de Governador Valadares (Rio Doce) para auxiliar no atendimento às vítimas, em especial as que sofrem com a falta de abastecimento de água.

O deputado Rogério Correia (PT) ponderou que o Estado precisa da mineração, mas que é preciso verificar as condições em que a exploração vem sendo feita, tendo como base o acidente em Mariana. Para ele, o mais importante, agora, é cuidar dos desabrigados e investigar as responsabilidades da Samarco (empresa proprietária da barragem rompida).

Ao final, o deputado Durval Ângelo (PT) defendeu a isenção do trabalho da comissão e criticou a cobertura da imprensa, que estaria colocando em dúvida a credibilidade dos deputados que a compõem. “Faremos um trabalho que representa uma colaboração modesta aos órgãos competentes. A ALMG não é o centro da problemática, mas cumpriremos nosso papel de conhecer a realidade a atuarmos como uma grande ouvidoria da população”, afirmou.