A 24ª Companhia da Polícia Militar conta com 91 policiais para atender um contingente de 140 mil pessoas, residentes nos 32 bairros de sua circunscrição

Falta de infraestrutura dificulta trabalho de unidade da PM

Em visita à 24ª Cia., Comissão de Segurança Pública constata problemas como instalações acanhadas e poucas viaturas.

22/10/2015 - 13:16

A 24ª Companhia da Polícia Militar, sediada no bairro São Gabriel, em Belo Horizonte, sofre com problemas de infraestrutura. Em visita da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) à unidade da corporação nesta quinta-feira (22/10/15), os deputados Sargento Rodrigues (PDT) e João Leite (PSDB) puderam constatar os problemas enfrentados pelo efetivo local, como as más condições das instalações e o baixo número de viaturas à disposição.

A unidade conta com 91 policiais para atender um contingente de 140 mil pessoas, residentes nos 32 bairros de sua circunscrição. Somada a população que circula pela região, chega-se ao número de quase 300 mil pessoas que dependem diariamente da proteção da companhia. Para essa tarefa, os policiais contam com 21 viaturas, das quais 11 estão inutilizadas, por problemas mecânicos diversos. As instalações, por sua vez, são acanhadas e apresentam avarias.

"A estrutura é péssima. Não são acomodações adequadas para uma companhia de polícia", afirmou o deputado Sargento Rodrigues. Ele apontou a situação da unidade como reflexo do contingenciamento de recursos do Poder Executivo para o custeio dos órgãos de segurança. Segundo o parlamentar, nos nove primeiros meses deste ano o Governo do Estado liberou R$ 191 milhões para o custeio da Polícia Militar, valor 55 % inferior aos R$ 343 milhões disponibilizados no mesmo período do ano passado.

"A população sente na pele as consequências da falta de recursos", complementou o deputado, que ainda informou que irá apresentar emendas ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) do quadriênio 2016-2019 para garantir um orçamento mais digno para as ações de segurança.

O deputado João Leite lembrou outro complicador para a atuação da 24ª Companhia: o fato de estar localizada nas proximidades do Anel Rodoviário, que teve parte de sua extensão concedida à iniciativa privada, e da BR-381, uma rodovia federal. Ou seja, ela está em uma zona de confluência de competências das polícias estaduais e federais, além das vias de escape serem um atrativo para a criminalidade.

O major Cleiton Ricardo Soares Gomes, responsável pela corporação, lembrou ainda que a região apresenta o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Capital. Para o militar, a dificuldade social impacta na criminalidade local. Apenas este ano, a 24ª Companhia registrou 259 ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas, 61 homicídios e a apreensão de 95 armas.

Unidade pode ser transferida

A visita, solicitada pelo deputado Sargento Rodrigues, foi um desdobramento de audiência pública realizada pela comissão na última segunda-feira (19), no próprio bairro, na qual foi debatida a possível transferência da unidade para outra localidade.

O imóvel em que está instalada a companhia não é de propriedade do poder público, e a Polícia Militar não tem autonomia para intervir na estrutura da edificação. No entanto, a população da região considera a presença da polícia essencial no local e rejeita a possibilidade de mudança da corporação.

Os dois parlamentares, também presentes na audiência, transmitiram ao comando da companhia as principais preocupações da população, além da possível mudança da unidade. Entre elas, destacam-se o pedido de que as patrulhas sejam realizadas com mais ênfase na zona residencial do bairro e a presença de mais viaturas pelas ruas no horário em que as pessoas estão retornando do trabalho, no final da tarde, para transmitir mais segurança às pessoas no caminho dos pontos de transporte público até as suas casas.