Parlamentares vão discutir política para crianças com TDA

Comissão de Saúde vai debater os meios para garantir o diagnóstico precoce e o tratamento adequado ao transtorno.

08/10/2015 - 14:10

A criação de políticas públicas para o tratamento de crianças com Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtornos Específicos de Aprendizagem (TEA) será debatida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião será realizada pela Comissão de Saúde nesta quarta-feira (14/10/15), às 15 horas, no Plenarinho IV. De acordo com o deputado Fred Costa (PEN), autor do requerimento, o objetivo é assegurar que os pacientes tenham seus direitos respeitados e, ainda, discutir possíveis leis que poderiam ajudar os pacientes.

De acordo com a psiquiatra Ana Christina Mageste, coordenadora da Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH é um transtorno neuropsiquiátrico que acomete cerca de 5% das crianças em idade escolar. Segundo ela, há um subdiagnóstico do transtorno e, se ele não for tratado adequadamente na infância, pode acarretar vários problemas ao longo da vida. “Um dos sintomas é a desatenção e isso, ao longo dos anos, prejudica o aprendizado, leva a problemas na escola e tem efeitos na autoestima”, exemplifica.

Ainda segundo ela, outro sintoma é a impulsividade, o que elevaria o número de acidentes entre os portadores do transtorno. “Uma pesquisa em Porto Alegre indicou que a maioria dos motoqueiros que se envolvem em acidentes tem TDAH”, completou.

Para Mageste, o Estado poderia contribuir para evitar esses problemas se atuasse melhor na divulgação do transtorno e na orientação dos pais sobre sintomas e tratamentos. A psiquiatra diz que também é importante oferecer treinamento específico a pediatras e professores de forma a possibilitar que eles consigam identificar as crianças com o transtorno e, assim, orientar os pais para que busquem profissionais especializados.

Outro problema que precisa, para ela, ser resolvido é a carência de psiquiatras e neurologistas infantis no mercado. “Por último, temos a questão dos medicamentos, que são caros e não estão disponíveis no sistema público”, disse.

Convidados – Foram convidados a participar da reunião o secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos; o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais, Gilmar de Assis; o secretário municipal de saúde de Belo Horizonte, Fabiano Geraldo Pimenta Júnior; o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva; o presidente da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), Iane Kestelman; o presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNP), Leandro Fernandes Malloy-Diniz; o presidente da Associação Mineira de Psiquiatria (AMP), Maurício Leão de Rezende; a presidente da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil - sede Minas Gerais, Ana Christina Mageste Pimentel; a preceptora da residência de neurologia pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Cláudia Machado Siqueira; e a neuropsicóloga, Regina Maria Volpini Ramos.