Antes da audiência, o deputado Paulo Lamac esteve nas fábricas do Laticínios Boreal, da Fazenda Real e da Fundação Arthur Bernardes
A audiência pública foi realizada no campus universitário da UFV

Vencedores de concurso nacional são homenageados

Produtores foram agraciados durante audiência pública da ALMG para debater a qualidade do queijo mineiro.

28/08/2015 - 21:11 - Atualizado em 31/08/2015 - 11:37

Celebrar a qualidade dos queijos mineiros e homenagear os vencedores da 41ª edição do Concurso Nacional de Produtos Lácteos. Esses foram os objetivos de audiência pública realizada nesta sexta-feira (28/8/15) na Universidade Federal de Viçosa (UFV), na Zona da Mata, pelas Comissões de Política Agropecuária e Agroindustrial e de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Durante a reunião, foram entregues votos de congratulações aos vencedores do concurso: Fábrica Curral de Minas; Agroindústria Passa Cinco; Cooperativa Mista de Produtores Rurais de Conselheiro Pena; Laticínios Cruziliense; Laticínios PJ; Usina de Beneficiamento Paiolzinho; Laticínios Fazenda Real; Laticínios Vitória; Laticínios Boreal e Fundação Arthur Bernardes. O concurso foi realizado durante o Minas Láctea 2015, no mês de julho, em Juiz de Fora, com juízes especialistas de todo o País.

Antes da audiência, o autor do requerimento e presidente da Comissão de Educação, deputado Paulo Lamac (PT), esteve nas fábricas de três dos agraciados: Laticínios Boreal, em Rio Pomba, vencedor na categoria Melhor Queijo Minas Padrão; Fazenda Real, em Presidente Bernardes, na categoria Melhor Requeijão Cremoso; e Fundação Arthur Bernardes, que pertence ao Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV, premiada pela quarta vez consecutiva na categoria Melhor Doce de Leite. O parlamentar conheceu as instalações de cada uma das empresas e as tecnologias de produção desenvolvidas.

O deputado Paulo Lamac destacou a importância da cadeia mineira do leite, já que segundo ele a única cidade do Estado que não tem produção de leite é Belo Horizonte, por não ter área rural. “Recentemente tivemos um queijo da Serra da Canastra premiado em segundo lugar em concurso na França, reconhecimento internacional que só mostra o potencial de um queijo que, até pouco tempo atrás, era proibido de ser comercializado fora de Minas”, destacou.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Cruz Reis Filho, ressaltou que a prioridade da pasta atualmente é cobrar a publicação, por parte do Governo Federal, de uma normativa de registro dos pequenos estabelecimentos, que inclua os pequenos produtores de laticínios no sistema produtivo e dê a todos a oportunidade de se formalizarem. “Estivemos semana passada no Ministério da Agricultura e tivemos um compromisso do governo de que essa normativa será publicada até setembro. Todos ganham com isso: o pequeno agricultor, que regulariza sua situação; o consumidor, com um produto de qualidade; e o mercado, com a regulação geral”, disse.

Produção de latícinios remonta ao início do século XX

Produtores da Zona da Mata atestaram que a produção de laticínios é uma tradição que remonta ao começo do século XX. O professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV, Antônio Fernandes de Carvalho, contou que a primeira escola de laticínios foi fundada em Viçosa em 1928, uma espécie de queijaria-escola. Segundo ele, isso moldou a universidade como um todo, já que a partir daí o leite se fez presente em todos os departamentos da instituição.

“Essa história começou com professores dinamarqueses, e desde aquela época os alunos já colocavam a mão na massa e faziam queijos. Eles contribuíram com várias empresas da região e, seguindo essa tradição, criamos um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, o projeto Inovaleite, para fazer a transferência de conhecimento da universidade para as empresas. Queremos ser uma referência na América Latina”, disse Antônio de Carvalho.

A reitora da UFV, Nilda de Fátima Ferreira Soares, disse que o objetivo da Inovaleite é fazer a transferência de tecnologia da universidade para as empresas de uma maneira mais rápida. “Estamos em busca de apoio financeiro, de parceiros para que esse projeto possa avançar ainda mais”.

O proprietário da Laticínios Boreal destacou que a receita do Melhor Queijo Minas Padrão é a mesma desde a criação da empresa, em 1925, e que a produção (inclusive a prensagem do queijo) é feita de forma artesanal. “Tomamos muito cuidado com a produção. O leite utilizado aqui é de primeira qualidade. Isso tudo faz diferença no produto final. E o resultado é essa premiação que ganhamos. Mas não vamos nos acomodar. Estamos sempre buscando melhorar”, disse.

O pesquisador e professor da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Júlio César de Paula, pontuou que a importância do Concurso Nacional não está apenas na competição, mas no que isso agrega de conhecimento para os fabricantes. “Depois de 90 dias do resultado, a Epamig envia relatório técnico para todas as concorrentes, apontando qual item ou atributo do produto precisam ser melhorados, e esse conhecimento é valioso para as empresas se aprimorarem e buscarem um padrão de identidade definido para os seus laticínios”.

Consulte o resultado da reunião.