Tratamento de dependentes químicos é desafio em MG
Deputados conhecem o trabalho do Centro de Referência Estadual em Álcool e outras Drogas.
18/08/2015 - 18:35 - Atualizado em 18/08/2015 - 18:56A garantia de recursos públicos para o tratamento de dependentes químicos e a criação de um sistema integrado de vagas para acolhimento em instituições especializadas foram duas das demandas discutidas durante visita da Comissão de Prevenção e Combate ao uso de Crack e outras Drogas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao Centro de Referência Estadual em Álcool e outras Drogas (Cread), em Belo Horizonte, na tarde desta terça-feira (18/8/15).
Participaram da visita o presidente da comissão, deputado Antônio Jorge (PPS), e a deputada Ione Pinheiro (DEM). Eles foram recebidos pelo subsecretário de Estado de Políticas sobre Drogas, Rafael Miranda Alves Pereira; pela superintendente de Acolhimento da Subsecretaria, Tânit Jorge Sarsur; e pelo superintendente do Cread, Reinaldo Mendes Ribeiro.
O deputado Antônio Jorge foi enfático em afirmar que a sede do Cread não é acolhedora. “O local não é adequado para o trabalho que vocês desempenham aqui”, ressaltou. No Cread funciona o Centro de Acolhimento SOS Drogas, que oferece orientação e encaminhamento a dependentes químicos e seus familiares. A superintendente Tânit Sarsur disse que um novo espaço já está sendo buscado pela Subsecretaria de Políticas sobre Drogas. “Um lugar mais acolhedor e que comporte um público maior, pois estamos ampliando o nosso trabalho para além do encaminhamento para comunidades terapêuticas”, explicou.
O presidente da comissão também defendeu que a Subsecretaria de Políticas sobre Drogas deveria ser subordinada à Secretaria de Saúde, e não à Secretaria de Defesa Social. “É essencial firmar parcerias com a saúde; a intersetorialidade é fundamental”, disse.
O subsecretário Rafael Pereira falou dos problemas enfrentados pelo Cread devido ao seu orçamento limitado. Por isso, o deputado Antônio Jorge frisou a necessidade de definir uma porcentagem fixa do Orçamento do Estado para financiar as políticas de orientação, tratamento e encaminhamento de dependentes químicos. Ele também sugeriu que o trabalho do Cread seja reproduzido nos municípios. “É importante vocês visitarem São Paulo, onde há experiências unindo as estruturas jurídica e de saúde”, completou.
A superintendente Tânit Sarsur relatou a dificuldade de encaminhar os dependentes químicos para tratamento, já que a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas não tem controle sobre as vagas disponíveis, segundo ela. “Precisamos de um sistema integrado de vagas, gerenciado aqui no Estado”, defendeu. Ela também falou que há planos de lançamento de um novo edital para a Rede Complementar de Suporte Social na Atenção ao Dependente Químico, para democratizar o acesso e esclarecer os critérios de escolha das comunidades terapêuticas participantes.