Donos de veículos antigos que participam de encontro semanal na Pampulha, em Belo Horizonte, pedem apoio para regularizar o evento e superar dificuldades com a fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Os integrantes do Clube de Carros Antigos Confraria da Ferrugem participaram de audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta segunda-feira (6/7/15). A reunião foi solicitada pelos deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Duarte Bechir (PSD).

O Clube de Carros Antigos Confraria da Ferrugem realiza encontros às terças-feiras, a partir das 19 horas, na Avenida Abraão Caram, próximo da portaria do Centro Esportivo Universitário da UFMG. Os encontros são abertos ao público e têm reunido cerca de 800 pessoas, com um número aproximado de 250 carros antigos por noite. A iniciativa, no entanto, não é regulamentada pela PBH.

Conforme relato do presidente da Confraria da Ferrugem, Itamar Bicalho Vitor, por não ser uma entidade jurídica, a organização enfrentou uma série de obstáculos na regularização do evento. “Várias vezes tivemos de debater com a BHTrans, que queria multar os carros. E quando procuramos a Administração Regional Pampulha, fomos informados de que teríamos de ser responsáveis pela limpeza posterior da área, pela sinalização e pelo aluguel de banheiros químicos. Mas não temos os recursos para fazer isso e não queremos cobrar entrada", disse.

O vice-presidente do Clube de Carros Antigos, Nilson Moreira Santos, destacou que, como o encontro não é regulamentado, a organização tem tido problemas com pessoas que aproveitam a ocasião para causar confusão e até mesmo pegas. “Alguns carros que vão para lá não compartilham da nossa proposta, mas não podemos restringir a entrada deles e o resultado é que temos tido dificuldades”, explicou. Ele pontuou que, uma vez que a confraria esteja regularizada, será possível cadastrar os membros e coibir a presença de público indesejado. “Vamos poder também buscar parcerias com empresários que fornecem materiais em outros eventos similares”, disse.

Alternativa - Para o vereador Heleno Oliveira de Abreu, o problema precisa ser atacado em duas frentes: um novo local, com mais condições de abrigar essa iniciativa de grande porte; e o cadastro como pessoa jurídica da Confraria da Ferrugem. “É importante que vocês saiam do entorno do Mineirão para um local com mais conforto, como aquele espaço na Avenida Clóvis Salgado, próximo da Toca da Raposa, que tem sido usado para receber o Cirque du Soleil. Lá é grande, delimitado e fechado. Ainda não tem iluminação, mas uma vez que fique combinado, isso pode ser acertado. Lá tem até banheiros”, defendeu.

O deputado Duarte Bechir elaborou um requerimento, a ser aprovado futuramente, solicitando visita conjunta da comissão, de membros da Confraria da Ferrugem e da Administração Regional Pampulha ao local sugerido pelo vereador. O parlamentar sugeriu que, caso o local seja considerado bom, que o Clube de Carros Antigos mude o horário de realização do evento, para o fim de semana de manhã ou à tarde, por exemplo, para aproveitar a luz do sol.

PBH destaca necessidade de regularização do evento

O secretário municipal da Administração Regional Pampulha, José Geraldo de Oliveira Prado, disse que a informalidade do encontro não traz benefícios. “Isso nos coloca numa posição de termos de fiscalizar as atividades de vocês, pois há leis que temos de cumprir. E impedem vocês de buscar parcerias, de crescerem e terem visibilidade. Todos saem perdendo”, defendeu.

Quanto aos obstáculos pontuados pelo presidente do Clube de Carros Antigos, ele explicou que o aluguel de banheiros químicos sempre fica a cargo dos responsáveis pelo eventos, e a PBH não tem banheiros à disposição para empréstimos. “Vocês devem providenciar os documentos para que o clube se torne pessoa jurídica e a Prefeitura terá prazer em trabalhar com vocês para construir um caminho conjunto. Não interessa a ninguém que a iniciativa seja feita de maneira irregular”, completou.

O deputado Dalmo Ribeiro Silva também defendeu que o caminho é a regulamentação do evento.“Ninguém quer burlar a lei, e a legalização é para dar tranquilidade a todos. O evento é familiar, nunca teve uma ocorrência policial. Belo Horizonte só tem a ganhar com a iniciativa”, afirmou.

Consulte o resultado da reunião.