O dispositivo vetado pelo governador Fernando Pimentel refere-se à criação da Secretaria de Estado de Recursos Humanos

Veto à reforma administrativa motiva discussão em Plenário

Oposição questiona legalidade do processo, alegando que razões do governador não foram publicizadas corretamente.

20/05/2015 - 18:41

A discussão do Veto Parcial à Proposição de Lei 22.620, que trata da reforma administrativa do Estado, dominou a maior parte dos debates durante a Reunião Ordinária de Plenário nesta quarta-feira (20/5/15) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O deputado Bonifácio Mourão (PSDB) questionou a legalidade do processo, argumentando que a edição extra do Diário Oficial Minas Gerais do dia 27 de março contendo as razões do governador para o veto não foi enviada à Biblioteca da Assembleia, que dispunha apenas da versão eletrônica.

Em razão disso, o parlamentar oposicionista apresentou à Mesa duas questões de ordem. Na primeira, invocou o artigo 243 do Regimento Interno, para pedir a inclusão do diário oficial no processo referente ao veto encaminhado pelo Executivo. Na segunda, também com base no Regimento Interno (artigos 222, 188, 298 e 299), pediu esclarecimentos à Presidência sobre a validade legal e jurídica e a eficácia processual dos atos.

O líder do governo, deputado Durval Ângelo (PT), garantiu que a edição extra do Minas Gerais foi publicada e considerou “intempestiva” a questão de ordem apresentada pelo deputado Bonifácio Mourão. Segundo o deputado governista, a questão de ordem deveria ter sido formulada no momento em que o relator do veto, deputado Paulo Lamac (PT), emitiu o seu parecer em Plenário.

O parecer do relator foi pela manutenção do veto parcial, que está na chamada faixa constitucional, ou seja, tem prioridade de votação sobre os demais projetos. A matéria continua em discussão na próxima reunião.

O dispositivo vetado pelo governador Fernando Pimentel refere-se à criação da Secretaria de Estado de Recursos Humanos. A proposta de criação da pasta partiu do próprio Executivo, que posteriormente vetou-a alegando razões de ordem econômica.

Na justificativa para o veto, o governador destaca que estudos preliminares apontam a necessidade de readequação das diretrizes previstas na reforma administrativa. Com a manutenção da Ouvidoria-Geral com status de secretaria de Estado, ainda de acordo com Fernando Pimentel, foi necessário vetar o desmembramento da área de recursos humanos da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão “por carência de aporte financeiro suficiente para a manutenção de ambas as estruturas”.

Nos debates em Plenário, os parlamentares de oposição consideraram inédito o fato de o próprio Executivo propor veto a matéria por ele mesmo apresentada. O líder do governo, contudo, afirmou que o veto foi proposto depois que a Assembleia modificou a proposta original, ao manter a Ouvidoria-Geral com status de secretaria de Estado.

A reforma administrativa do Estado (Lei 21.693, de 2015) promoveu a criação, o desmembramento, a transformação e a extinção de secretarias e outros órgãos públicos. Foram criadas as Secretarias de Estado de Desenvolvimento Agrário e de Direitos Humanos e Cidadania. Além disso, a Secretaria de Turismo e Esportes foi desmembrada em duas pastas distintas.

Comissão - Durante a Reunião Ordinária de Plenário, também foi lido comunicado do deputado João Magalhães (PMDB) informando que abre mão da vaga de membro efetivo da Comissão de Segurança Pública.

Consulte resultado da reunião.