A Comissão de Segurança Pública debateu a viabilidade de implantação da Região Integrada de Segurança Pública em Sete Lagoas
Segundo o coronel Maurício dos Santos, instalar uma Risp em Sete Lagoas agora é perda de efetivo

Falta de policiamento nas ruas preocupa Sete Lagoas

Comissão de Segurança Pública esteve na cidade nesta quinta (14) para ouvir reivindicações da população.

14/05/2015 - 22:08 - Atualizado em 15/05/2015 - 15:55

O aumento de policiais nas ruas, a implantação de uma Região Integrada de Segurança Pública (Risp) e a fiscalização das leis de segurança em vigor. Essas foram as principais reivindicações apresentadas pela população de Sete Lagoas (Região Central do Estado) durante reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ocorrida na noite desta quinta-feira (14/5/15) na cidade.

De acordo com o autor do requerimento para o debate, deputado Douglas Melo (PSC), o aumento da violência na cidade, que tem 230 mil habitantes, tem ocorrido também em toda a região. O parlamentar fez coro às reivindicações da população, principalmente relativas à falta de policiamento nas ruas. “O que mais precisamos é de segurança e de policiais nas ruas”, disse.

O parlamentar ainda reforçou que Sete Lagoas aguarda a instalação de uma Risp, anunciada no ano passado. No entanto, ele lamentou que talvez isso não aconteça, já que existe a informação de que a Risp pode ser instalada em outra cidade.

O delegado regional de Sete Lagoas, Juarez Ferreira da Luz, disse que antes de instalar a 19ª Risp do Estado na cidade, é preciso reestruturar as unidades físicas da Polícia Civil, além de aumentar o efetivo de funcionários operacionais. Segundo ele, existe hoje um déficit de 5 mil a 8 mil servidores na Polícia Civil.

Já a defasagem de policiais militares em todo o Estado é de 8 mil servidores, segundo o subsecretário de Promoção de Qualidade e Integração da Secretaria de Defesa Social, coronel Maurício dos Santos. Dos policiais que serão recrutados, 1.600 devem ser enviados para o interior do Estado, e Sete Lagoas deverá receber um incremento no efetivo, segundo o subsecretário.

Sobre a instalação da Risp na cidade, o subsecretário disse que, no atual momento, será uma perda para a população, já que serão deslocados 32 policiais para atuar em funções burocráticas, atendendo à unidade administrativa. “Risp nesse momento é perda de efetivo”, afirmou.

No entanto, a instalação da Risp foi solicitada também pelo presidente da Câmara Municipal de Sete Lagoas, Fabrício Augusto do Nascimento, e pelo secretário de Segurança, Trânsito e Transporte de Sete Lagoas, coronel Sílvio Augusto de Carvalho. O vereador Fabrício ainda defendeu que o caminho para reduzir a criminalidade é a união das forças de segurança pública.

Nesse sentido, o secretário municipal de Segurança, Trânsito e Transporte de Sete Lagoas, coronel Sílvio Augusto de Carvalho, disse que os 100 guardas municipais estão trabalhando em operações conjuntas com a Polícia Militar, além de atender as escolas municipais.

Segurança deve ser responsabilidade de todos

A população que participou da audiência pública também relatou casos de roubos à mão armada, assaltos em residências e no comércio e aumento do consumo de drogas nas ruas de Sete Lagoas.

O comandante da 14ª Região da Polícia Militar, coronel Gilmar Prates Teixeira, alertou que a segurança é responsabilidade de todos. “Nós, militares, somos uma engrenagem desse sistema, que só vai girar se trabalharmos em conjunto”, disse.

Ele confirmou que houve uma queda de efetivo da Polícia Militar nessa transição de governo e que é necessário recrutar novos policiais, mas isso requer tempo. Enquanto não se faz esse recrutamento, o comandante defendeu o incentivo ao retorno de alguns policiais que estão na reserva, para reforçar o efetivo nas ruas.

A responsabilidade de todos os entes federados na área de segurança pública também foi lembrada pelo presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT). Ele ainda ponderou que o recrutamento para o aumento do efetivo não acontece da noite para o dia. Segundo o parlamentar, após o edital, existe um processo de capacitação de cerca de um ano e meio de duração. Enquanto esse aumento de efetivo não ocorre, ele defendeu uma repressão qualificada para diminuir a criminalidade.

Consulte o resultado da reunião.