Na reunião, foi proposta uma audiência pública com a participação das duas mães e de outras na mesma situação

Mães reclamam que Umei só atende criança especial até 5 anos

Alunos com paralisia cerebral são encaminhados para escolas regulares quando completam 6 anos.

12/05/2015 - 18:49

Duas mães de crianças com paralisia cerebral, mas que têm o sistema cognitivo preservado, deram seu depoimento na reunião desta terça-feira (12/5/15) da Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Tânia Scarabelli e Raquel Passos abordaram as dificuldades que terão que enfrentar após a saída de seus filhos, Davi e Ester, respectivamente, das Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis).

Tânia e Raquel explicaram que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) só oferece atendimento escolar nas Umeis para crianças, inclusive especiais, com até 5 anos, idade limite para a educação infantil. Como seus filhos vão completar 6 anos em breve, terão que estudar em escolas regulares. “Minha filha recebe uma assistência muito boa na Umei, mas quando fizer 6 anos, não terá isso mais. Ela, o Davi e mais cerca de 2 mil crianças da Capital estão nessa mesma situação”, disse Raquel Passos.

Como as duas mães expuseram, suas crianças não andam nem falam, apesar de terem o sistema cognitivo funcionando perfeitamente, ou seja, entendem tudo o que se passa á sua volta. Tânia Scarabelli acrescentou que a diretriz de atendimento educacional da PBH é de encaminhar as crianças com mais de 5 anos, mesmo aquelas com deficiência, para escolas regulares.

“Mas no caso de crianças com problemas físicos, fica mais complicado, pois elas demandam maiores cuidados”, ponderou Tânia Scarabelli. Ela questionou como as crianças de uma turma regular vão estabelecer mecanismos de comunicação com uma criança que não fala. “Isso fere a dignidade humana!”, reclamou. “Nem todos têm condições de pagar por uma escola especial particular. Quem vai financiar a educação de nossos filhos?”, questionou.

O presidente da comissão, deputado Duarte Bechir (PSD), apoiado pelo deputado João Leite (PSDB), propôs uma audiência pública com a participação das duas mães e de outras na mesma situação. Também serão convidados representantes das Secretarias de Educação de Belo Horizonte e de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, além da Câmara Municipal.

Também presente à reunião, a presidente do Conselho Estadual de Defesa das Pessoas com Deficiência, Kátia Ferraz, solidarizou-se com as mães. “Elas sabem que seus filhos têm condições de se desenvolverem. O que elas não sabem é se as escolas vão oferecer o que suas crianças precisam”, disse.

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