Comissão defende indústria de energia solar em Minas Gerais
Em visita ao secretário de Desenvolvimento Econômico, deputados pediram empenho do Estado para diversos empreendimentos.
09/04/2015 - 19:54 - Atualizado em 09/04/2015 - 20:05O desenvolvimento de políticas públicas que favoreçam a instalação de indústrias geradoras de energias alternativas, como a solar, foi um dos principais temas abordados durante visita de deputados da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, na tarde desta quinta-feira (9/4/15).
Os parlamentares pediram também maior empenho do Governo do Estado para a construção de um gasoduto entre Queluzito (Região Central do Estado) e Uberlândia (Triângulo Mineiro), de forma a atender à implantação da fábrica de amônia da Petrobras.
O encontro foi na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), na Zona Sul de Belo Horizonte. O presidente da comissão, deputado Gil Pereira (PP), manifestou a intenção de colaborar com o governo no sentido de promover investimentos nas diversas regiões do Estado, por meio da implantação de novos empreendimentos capazes de gerar emprego e fomentar a economia em Minas Gerais.
Nesse sentido, o deputado Gil Pereira e os demais parlamentares apresentaram alguns pleitos demandados por suas regiões. Além da construção do gasoduto e do desenvolvimento da energia solar, os deputados trataram também de questões que vêm preocupando alguns setores econômicos importantes do Estado, como a crise hídrica e a questão do marco regulatório da mineração.
O presidente da comissão pediu o empenho do secretário junto ao governador Fernando Pimentel e ao Governo Federal visando ao desenvolvimento da economia. “Minas Gerais precisa de ajuda federal para alavancar o seu desenvolvimento”, disse.
O secretário respondeu que o governo está empenhado em garantir a construção do gasoduto integralmente em território mineiro, de forma a assegurar um novo eixo de desenvolvimento no Estado. Para isso, disse, está estudando soluções técnicas e a melhor forma de viabilizar o empreendimento. Segundo ele, a construção de um gasoduto com um traçado inteiramente mineiro é das mais viáveis. Contudo, exige altos investimentos.
Estado negocia com empresa canadense a instalação de indústria de placas solares
No que diz respeito ao desenvolvimento de energias alternativas em Minas Gerais, em particular a energia solar, o secretário Altamir Rôso afirmou que o Estado vem negociando a instalação em território mineiro de uma fábrica de painéis fotovoltaicos de uma empresa canadense de capital chinês. No momento, segundo ele, a empresa estaria buscando o melhor local para se instalar no Estado.
O deputado Gil Pereira, cuja base eleitoral se concentra no Norte de Minas, particularmente em Montes Claros, admitiu que levar a indústria de placas de energia solar para a região Norte é um dos sonhos da comunidade local, acrescentando que a região tem potencial para isso. Presente à reunião, um dos representantes do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi-MG), Rubens Amaral, que acompanhou a diretora-presidente do órgão, Cristiane Serpa, informou que, nesse sentido, são boas as perspectivas e existem 16 projetos em estudo no Norte e no Noroeste do Estado.
Nova fábrica - Por sua vez, o secretário Altamir Rôso adiantou que, até outubro, a Nestlé dará início à produção de cápsulas para máquinas de café na primeira fábrica do gênero no País, em construção em Montes Claros. Hoje, segundo disse, o Brasil importa 100% desse tipo de produto. A instalação da fábrica representa um investimento de R$ 300 milhões.
O deputado Bosco (PTdoB) solicitou empenho do governo para a construção de um anel viário em Ibiá (Alto Paranaíba), visando a escoar a produção da fábrica da Nestlé, hoje praticamente limitada à produção de leite em pó. Segundo disse, a fábrica tem interesse em ampliar suas instalações e diversificar a produção, mas esbarra em dificuldades de circulação de seus caminhões que, atualmente, precisam passar no perímetro urbano, o que restringe a tonelagem de carga a ser transportada. Com franqueza, o secretário explicou que o Estado não conta com muitos recursos, mas disse que é possível construir “soluções alternativas”, como, por exemplo, a isenção de ICMS.
O deputado Bosco, por sua vez, lembrou que a comissão tem procurado promover essas reuniões com órgãos e secretarias de Estado, visando a estreitar os laços entre os poderes Legislativo e Executivo e com os empresários de diversos setores. “Existem muitas ações do governo que precisam passar pelo crivo da Assembleia”, disse.
Com base eleitoral em Araxá (Alto Paranaíba), ele defendeu o empenho do governo no sentido de garantir a permanência de empresas na região, segundo ele uma das mais importantes do Estado do ponto de vista econômico. “Por isso, a comissão fechou questão em torno da ideia de construir o gasoduto de Minas pra Minas”, destacou.
Marco regulatório da mineração e crise hídrica preocupam
O deputado Glaycon Franco (PTN) defendeu a necessidade de se construir um marco regulatório da mineração, setor que gera muitas divisas para o Estado e para a região de Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco (Central). Contudo, observou, esses municípios estariam sofrendo com a redução de investimentos por parte das mineradoras, premidas pela queda do valor do minério de ferro. Ele manifestou preocupação, também, com a crise hídrica que afeta o Estado. Essas questões, segundo disse, exigem uma solução compartilhada.
O secretário Altamir Rôso concordou e falou da importância de ter a Assembleia como interlocutor, juntamente com a iniciativa privada, mas apontou as dificuldades na área ambiental, lembrando que a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) está contornando uma grande crise, após uma operação-padrão que durou oito meses, envolvendo todos os seus funcionários. Também presente à reunião, o subsecretário José Guilherme defendeu o pagamento de royalties da mineração visando ao desenvolvimento dos municípios.
Outro parlamentar presente, Wander Borges (PSB), apresentou também alguns pleitos da região de Sabará, Santa Luzia e Grande BH relacionados a obras no eixo 381, na divisa entre os dois municípios, e manifestou a sua preocupação com o atual momento político, admitindo temer até mesmo uma convulsão social.