O projeto cultural “Concerto de Cravo: nosso Barroco Mineiro” chega a Ouro Preto (Região Central do Estado) no dia 19 de novembro. A apresentação do cravista Antonio Carlos de Magalhães será às 19h30, na Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (Rua das Mercês, s/nº), com a participação especial do Coral da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). O projeto é uma iniciativa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), e faz parte das comemorações do bicentenário de morte de Aleijadinho, que reúne diversas iniciativas de valorização do artista ao longo deste ano.

Uma dessas iniciativas é a 37ª Semana do Aleijadinho, tradicional evento cultural promovido na cidade, do qual o recital integra a programação. Dessa forma, a Assembleia de Minas dá a sua contribuição para que a população da cidade, que reúne obras-primas do mestre do Barroco Mineiro e detém o título de patrimônio cultural da humanidade, possa conhecer um pouco mais da música barroca mineira. Um vídeo educativo, com explicações de especialistas, será exibido antes da apresentação. O formato se repete na série de recitais, que têm entrada gratuita.

Diamantina, Nova Era e São João del-Rei (Região Central), Caxambu (Sul de Minas), Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), Ipatinga (Vale do Aço), Uberlândia (Triângulo mineiro), Paracatu (Noroeste do Estado) e Oliveira (Centro-Oeste de Minas) já receberam o recital, que passará ainda por Curvelo (Região Central). O encerramento da série será em Congonhas (também na Região Central), no dia 13 de dezembro. No repertório estão obras de compositores como Manoel Dias de Oliveira, Francisco Gomes da Rocha e Lobo de Mesquita, que é considerado o mais expressivo compositor setecentista de Minas Gerais.

Nos recitais, o cravista Antonio Carlos de Magalhães executa obras sacras e profanas do século XVIII transcritas para o cravo, instrumento típico do período barroco. O instrumento musical utilizado será um raro clavecin brisé (cravo dobrável), construído segundo Jean Marius (1713). De forma didática, serão abordados aspectos musicais relevantes relacionados às obras, aos artistas e ao cravo. “Além disso, em cada local, o concerto conta com participação de coral ou músicos da região, para fazermos um intercâmbio cultural”, destaca o cravista.

Outro destaque da apresentação é o palco em que ela acontecerá. A Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões, construída em 1772 pela irmandade de mesmo nome, está situada no alto de uma colina e é uma das preciosidades históricas de Ouro Preto. Com o tempo, a igreja passou a ser chamada pelos moradores de “Mercês de baixo”, para diferenciá-la da outra, Mercês e Misericórdia, denominada “Mercês de cima”.