Ao todo, 41 cidades devem mobilizar estudantes em 2015 no Parlamento Jovem de Minas
Nesta edição, alunos priorizaram propostas sobre a  temática “Envelhecimento e Qualidade de Vida

Parlamento Jovem poderá ter mais 14 municípios em 2015

No final da Etapa Estadual, participantes elogiam formato do evento, que contou pela primeira vez com etapa regional.

03/11/2014 - 11:00

A próxima edição do Parlamento Jovem de Minas, programa de formação política da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), poderá ter a participação de estudantes de mais 14 municípios do Estado. Somados aos 27 municípios representados na 11ª edição do evento, encerrada na sexta-feira (31/10/14), no Plenário, serão 41 cidades que mobilizarão alunos do 1º ao 3º anos do ensino médio para discutir e elaborar sugestões sobre um tema de relevância social e do interesse dos jovens. A informação é da gerente-geral da Escola do Legislativo (ELE), Ruth Schmitz de Castro. A ELE é uma das organizadoras do evento, ao lado da PUC Minas.

Alguns desses novos municípios são Três Pontas, Itajubá, Machado, São Lourenço, Andradas, Ouro Fino, Ipuiuna e Lavras, todas do Sul de Minas, e Unaí, no Noroeste do Estado. Além desse aumento do número de participantes, outro destaque positivo do encontro foi a realização, pela primeira vez, da etapa regional, que antecedeu a etapa estadual. “Isso trouxe um salto de qualidade nas discussões feitas pelos alunos”, afirmou Ruth Schmitz. Este ano, a temática foi “Envelhecimento e Qualidade de Vida”.

A etapa regional do Parlamento Jovem de Minas, que ocorreu de 1º a 12 de setembro, foi uma novidade neste ano. A ideia foi proporcionar uma discussão intermediária, em que municípios de cinco polos regionais pudessem analisar as propostas da etapa municipal e consolidá-las em um documento que representasse o interesse de toda uma região, e não apenas de municípios isolados. Com esse novo formato, foi ampliada a participação de municípios, escolas e estudantes.

Milena Soares Zózimo, de 15 anos, estudante do colégio Cesp de João Monlevade (Região Central do Estado), participou pela primeira vez do Parlamento Jovem. Segundo ela, foi uma experiência inédita e muito relevante, pois o projeto reúne jovens de diversas cidades e idades para um propósito único. A jovem salientou, também, a importância do tema desta 11ª edição. “A cada ano, o índice de idosos aumenta, então acredito que essa inciativa do projeto é muito importante, pois visa a cuidar de todos os cidadãos do Brasil, uma vez que todos nós chegaremos à maior idade”, afirmou.

“Este ano, teve o tema mais interessante de todos que já vivenciei, pois pude lidar com o ser humano de uma forma mais direta”, comentou Izabella Figueira Carlos, de 18 anos, estudante da Escola Estadual Altivo Leopoldino de Souza da cidade de Espera Feliz (Zona da Mata), que participou pela terceira vez do evento. “Eles fazem parte de um grupo que, muitas vezes, é esquecido. E nós não paramos para perguntá-los se eles estão satisfeitos”, lamentou. De acordo com a aluna, sua escola incentiva os jovens a se interessarem pela política. “Comecei a entender a diferença entre política e politicagem. Política não é o que muitos jovens pensam, é muito mais interessante do que achamos que é”, disse.

A coordenadora de polo da cidade de João Monlevade, que também abrange a cidade de Itabira, Deise Alves dos Santos, ressaltou a relevância do projeto. “É um evento significativo, pois os jovens participam da política pública e são eles quem tem o poder para mudar o Brasil”, afirma. Ela também salientou o tema deste ano e disse que “melhor não podia ser”. Deise contou, também, que, depois que o Parlamento Jovem começou, houve mais movimentos na cidade, com uma maior conscientização dos estudantes. “Hoje, os jovens entendem o que é fazer política”, completou.

Davi Granato, 18 anos, estuda na Escola Estadual Henrique Diniz, em Belo Horizonte, e participou pela segunda vez do Parlamento Jovem. Para ele, o evento possibilita o aumento da capacidade dos estudantes de julgarem e analisarem a política. “Era muito fácil, antes, criticar e generalizar todos os políticos e assuntos. Mas quando nos informamos melhor sobre o assunto, tudo se torna diferente”, avaliou. Ele diz que o maior aprendizado que pode levar do projeto e aplicar na carreira profissional é saber escutar e ouvir as pessoas, mesmo que as opiniões sejam divergentes.

Já Fábio Wendel de Souza Silva, 16 anos, da Escola Estadual Presidente Arthur da Costa Silva, em Pouso Alegre (Sul de Minas), disse que estava muito contente e satisfeito com o crescimento do projeto, com relação à edição passada, na qual esteve presente. Segundo ele, o aumento da regionalização do programa, incluindo novas cidades, fez com que aumentasse o número de participantes com ideias e pensamentos diferentes. Ele ainda diz que isso fortifica bastante o trabalho dos alunos, pois estão lidando, cada vez mais, com culturas e pessoas de diferentes lugares. Fábio já trabalha como jovem aprendiz em um estabelecimento do segmento jurídico, e afirma que já pode aprofundar muito seu conhecimento prático com relação ao trabalho.

Próxima edição - O coordenador do Parlamento Jovem pela PUC Minas, Robson Sávio, disse que, daqui a duas semanas, os organizadores já começam a preparar a próxima edição do evento, começando pela avaliação desta edição e pela sondagem do próximo tema. Para o coordenador, um dos principais resultados do encontro é que os estudantes participantes voltam para suas cidades e passam a se envolver em movimentos sociais e iniciativas como ONG e Pastoral da Juventude. “Eles atuam como agentes políticos ou continuam no projeto até completar o 3º ano do ensino médio”. Segundo Robson Sávio, essa atuação dos alunos já foi comprovada pela pesquisa “Educação política da juventude: a experiência do Parlamento Jovem”, conduzida pelas professoras Regina Medeiros e Elizabeth Marques e lançada em 2012. O estudo avaliou os oito primeiro anos do Parlamento Jovem.

Além de estudantes e professores, estavam presentes no Plenário parlamentares municipais, como os presidentes das Câmaras Municipais de Itabira e João Monlevade, respectivamente Rodrigo Diguerê e Guilherme Nasser. Ambos elogiaram a qualidade das propostas apresentadas pelos estudantes.