TV ALMG conta história do Jubileu de Nossa Senhora das Dores

Minas é Muitas foi a Serra da Caroula, no Serro, para registrar uma das festas mais tradicionais da Região Central.

02/09/2014 - 15:07

Uma vila onde não mora ninguém. Ao longo do ano, as casinhas construídas no alto da Serra do Caroula, a oito quilômetros do Serro, na Região Central do Estado, ficam vazias. O lugar só é habitado durante os preparativos para a festa do Jubileu de Nossa Senhora das Dores, que ocorre entre o segundo e o terceiro domingo de julho. O Minas é Muitas foi até lá registrar essa tradição, que já dura 67 anos. O programa estreia neste domingo (7/9/14), às 19 horas, na tela da TV Assembleia.

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A vila começou a ser erguida pelos devotos que subiam à serra para rezar. Depois de construírem, em mutirão uma igreja, os fiéis começaram a improvisar casas para se recuperar do percurso longo e cansativo. “Era longe para vir e voltar. Então todo mundo começou a fazer suas casas para morar aqui uma semana”, explica o fazendeiro José Augusto Clementino, que presenciou o desenvolvimento do lugarejo, desde as primeiras barracas de lona ou cobertas por sapê até as casas de hoje, feitas com tijolos e telha colonial.

Durante o Jubileu, moradores do Serro, Diamantina e de vários distritos da região se mudam para a cidade. Nos últimos dias da festa, cerca de 5 mil pessoas passam pela vila que conta com cerca de 100 casas. “Viemos de mala e cuia, é uma mudança mesmo. Trazemos gás, colchão, tudo para passar uma semana aqui em cima”, conta Nanza Melo, que frequenta a festa há mais de 40 anos. Para o padre Maurílio Vaz, estreante no Jubileu, só a devoção dos moradores pode explicar tamanho esforço. “É algo misterioso, é espiritual a fé dessas pessoas em Nossa Senhora das Dores”, afirma.

Quando termina o Jubileu, apenas um casal continua morando no alto da Serra do Caroula. Damião dos Santos e Maria do Amparo passam todo o ano sozinhos, à espera da próxima festa. “Nesses dias aqui fica cheio de gente. Mas quando passa o Jubileu, eu custo a me acostumar. A vontade que eu tenho é de largar tudo e ir junto com eles”, diz Maria do Amparo.