A Comissão de Segurança Pública esteve em Mateus Leme para buscar encaminhamentos e, com isso, coibir o aumento da violência no município
O deputado Duarte Bechir (à direita) é o autor do requerimento para a reunião

Mateus Leme sugere melhorias para segurança pública

Aumento de efetivo e criação de posto policial foram algumas reivindicações apresentadas nesta segunda-feira (28).

28/04/2014 - 13:40 - Atualizado em 28/04/2014 - 15:59

Mateus Leme, com uma população de cerca de 30 mil pessoas e localizada a 52 km de Belo Horizonte, é mais uma cidade preocupada com o aumento da violência. Roubos, assaltos, homicídios e a sensação de impunidade estão entre os receios dos moradores da região. Por isso, a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) esteve na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte na manhã desta segunda-feira (28/4/14), para buscar encaminhamentos e, com isso, coibir o aumento da violência no município.

A autorização para que as imagens captadas pelas câmeras do programa Olho Vivo, instaladas no centro da cidade, sejam acessadas pela Polícia Militar, o aumento do efetivo de policiais e a substituição da iluminação pública por lâmpadas de mercúrio foram algumas das sugestões apresentadas pela população e acolhidas pela comissão por meio da aprovação de requerimentos de providências.

Os deputados também acataram sugestão da comunidade para que seja implantado o Programa Educacional de Resistências às Drogas (Proerd) nas escolas da região. Também foi pedida a ativação de posto da Polícia Militar no distrito de Serra Azul e a melhoria do atendimento do serviço 190.

O presidente da 145ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mateus Leme, Mionesí Nogueira, também sugeriu que haja plantão policial, aos finais de semana, em Mateus Leme ou em Juatuba, além da imediata instalação da comarca de Juatuba, para auxiliar o trabalho em Mateus Leme. A prefeita de Juatuba, Valéria Aparecida dos Santos, agradeceu o empenho para instalar essa nova comarca e também reforçou o pedido de aumento de efetivo de policiais em sua cidade.

O juiz da 2ª Vara de Mateus Leme, Eudes Botelho, destacou o trabalho realizado pela Polícia Civil de repressão ao tráfico, que passou a ser constante na cidade. No entanto, ponderou que esse combate desencadeou o aumento dos casos de roubos. Segundo ele, de janeiro a março de 2013 foram registrados 28 roubos e, no mesmo período deste ano, este número chegou a 39 casos.

Comandante apresenta ações da Polícia Militar

O comandante da 7ª Cia. Independente da Polícia Militar, major Carlos Gomes da Costa, apresentou números que mostram o trabalho executado pela corporação. Ele disse que no primeiro trimestre deste ano foram feitas mais de 40 prisões em flagrante e apreendidas 25 armas de fogo, o dobro do número total de apreensões em 2013. Também informou que foram registrados três casos de homicídios nos primeiros três meses de 2014, contra 14 no mesmo período do ano passado.

De acordo com o major, sua companhia é responsável por atender dez municípios da região, e Mateus Leme tem 29 policiais e sete viaturas. Ele explicou, ainda, que receberá 50 novos policiais a serem distribuídos nas dez cidades da região.

O prefeito de Mateus Leme, Marlon Aurélio Guimarães, lembrou que muito do que foi discutido na reunião já foi levado ao conhecimento do Governo do Estado. Já o presidente da Câmara Municipal, Cláudio Pinto de Paiva Junior, ponderou que Mateus Leme tem uma boa localização, próxima a Belo Horizonte, com acessos a várias cidades, transformando-se assim em um pólo para a criminalidade.

Deputados mostram preocupação com insegurança

O autor do requerimento para o debate, deputado Duarte Bechir (PSD), destacou a importância da reunião para discutir a segurança pública em Mateus Leme, Florestal e Juatuba. “Mateus Leme está na porta de uma rodovia que é muito utilizada como caminho do desenvolvimento e certamente sofre um pouco mais do que outras localidades”, lembrou, referindo-se à rodovia MG-050, que liga a Capital ao Centro-Oeste do Estado.

O deputado Inácio Franco (PV) lembrou que os problemas da segurança pública, como o tráfico de drogas, são comuns em todo o Brasil. Ele ressaltou que Minas Gerais arca com mais de R$ 200 milhões por mês para manter seus 61 mil presos.

A impunidade foi destacada pelos deputados Cabo Júlio (PMDB) e Neider Moreira (PSD). Para o deputado Cabo Júlio, a população vem sofrendo com o aumento da violência, mesmo com a polícia prendendo e o Judiciário condenando como nunca foi feito antes. Em sua opinião, a maioria dos crimes violentos está ligada ao porte de armas e drogas e também à impunidade. O deputado também ponderou que de 2001 a 2013, 19 mil policiais ingressaram na Polícia Militar, mas outros 22 mil saíram, e os atuais servidores estão combatendo bandidos que atuam com fuzis nas mãos.

Já para o deputado Neider Moreira, a impunidade faz com o que o criminoso fique mais corajoso para executar seus planos. Segundo ele, no Brasil, a cada dez assassinatos cometidos, apenas três são elucidados. “A segurança pública se tornou um problema de Estado, e espero que a União estabeleça realmente uma nova política nacional ness área”, afirmou.

O presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado João Leite (PSDB), afirmou que a criminalidade irá acabar se as pessoas deixarem de usar drogas. Segundo ele, a polícia prende os traficantes, mas as pessoas continuam usando drogas e a sociedade tem aceitado tudo isso.

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