A mostra integra o conjunto de atividades que o Parlamento mineiro está preparando em 2014 para relembrar os 50 anos da tomada do poder pelos militares

Exposição na ALMG revive as duas décadas da ditadura militar

Abertura da mostra “1964-1985 - A subversão do esquecimento” acontece nesta segunda (31), junto com ciclo de debates.

27/03/2014 - 18:46

O título já diz tudo: “1964-1985 - A subversão do esquecimento”. Com esse nome, a exposição que a Galeria de Arte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebe, a partir da próxima segunda-feira (31/3/14), pretende relembrar, para que nunca mais se repita, um dos períodos mais tristes da história brasileira recente: a ditadura militar.

A mostra, que prossegue até o dia 30 de abril, integra o conjunto de atividades que o Parlamento mineiro está preparando em 2014 para relembrar os 50 anos da tomada do poder pelos militares e a substituição de uma então efervescente democracia por duas décadas daqueles que ficariam conhecidos como anos de chumbo.

Além da exposição, a Assembleia de Minas também realizará o Ciclo de Debates Resistir Sempre, Ditadura Nunca Mais – Os 50 Anos do Golpe de 64, nesta segunda e terça-feiras (31/3 e 1º/4). No Portal da ALMG também foram publicadas reportagens especiais sobre este importante período histórico, que também vem merecendo destaque na programação da TV Assembleia.

Conteúdo - Com o auxílio de fotos, documentos, músicas, jornais, revistas, discos, charges e objetos diversos, a exposição procura retratar o clima e os principais acontecimentos sociais, políticos e culturais do período, compreendendo quatro fases específicas: Antecedentes do Golpe (início dos anos 1960); O Golpe (1964-1968); Anos de Chumbo (1969-1974); e Fim da Ditadura (1975-1985).

O presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PP), lembra que nunca é demais honrar a memória daqueles que sofreram na luta pela democracia, papel que a exposição também assume. “A forma pela qual esse passado é narrado e transmitido às atuais gerações, já tão distantes de antanho, é essencial tanto para se evitar que isso venha a se repetir, quanto para que as conquistas presentes não sejam vistas como condições pacificamente estabelecidas”, afirma.

“A luta dessa geração, que teve a coragem de sair às ruas e enfrentar as condições impostas, culminou na possibilidade de a verdadeira política, aquela exercida através do diálogo, do livre debate de ideias e da igualdade de seus agentes, retornar ao País”, completa o presidente Dinis Pinheiro.

Neste sentido, a exposição “1964-1985- A subversão do esquecimento” tem um caráter reflexivo, que extrapola a simples narrativa histórica. Vale lembrar que essa será a segunda edição do projeto, realizado pela primeira vez há dez anos, com grande sucesso. “É importante a compreensão, sobretudo pelas novas gerações, de que a batalha não está ganha, o mundo não está pronto: ele é e será uma consequência das ações humanas sobre ele, tanto dos que nos precederam quanto dos que estão por vir”, analisa o presidente da ALMG.

Abertura - As visitações à exposição começam logo após a abertura solene do Ciclo de Debates “Resistir Sempre, Ditadura Nunca Mais – Os 50 Anos do Golpe de 64”, a partir das 8 horas da segunda (31), em um ato pela democracia no Hall das Bandeiras. Logo após a cerimônia de hasteamento de bandeiras, na qual serão lidos os nomes de mortos e desaparecidos mineiros durante a ditadura militar, o público presente já terá o primeiro contato com a exposição no trajeto até o Plenário, local das discussões.

A programação dos dois dias do ciclo de debates contempla a palestra magna "Direito à Verdade, à História e à Memória", quatro painéis ("Contexto do Golpe Militar de 64", "Múltiplos Olhares da Resistência", "Fim do Regime e Transição: (des)caminhos e processos" e "Da Redemocratização ao Dias Atuais: Dilemas e Perspectivas") e uma série de debates.

Serviço - A Galeria de Arte fica situada no térreo do Palácio da Inconfidência, na Rua Rodrigues Caldas, 30, bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte. O horário de funcionamento da exposição é das 8 às 18h30, de segunda a sexta-feira, sempre com entrada franca. Visitas guiadas de grupos podem ser agendadas no Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC) da Assembleia, pelo telefone (31) 2108-7800.