Participantes também acompanharam a reunião no hall de entrada lateral do Palácio da Inconfidência

Deputados defendem lei que efetivou designados da educação

Lei Complementar 100, de 2007, efetivou 98 mil servidores contratados sem concurso público pelo Estado.

20/03/2014 - 19:17

Cerca de 300 servidores que foram efetivados com a Lei Complementar 100, de 2007, acompanharam, nesta quinta-feira (20/3/14), audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada para defender a constitucionalidade da norma. A lei está sendo questionada em uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF).

Leis semelhantes já foram vetadas pelo Supremo nos Estados de São Paulo, Acre e Rio Grande do Sul. A Constituição Federal veda a contratação de servidores que não sejam aprovados em concurso público.

A Lei Complementar 100 efetivou 98 mil servidores designados, contratados de maneira precária pelo Estado até 31 de dezembro de 2006. Aproximadamente 90% desses servidores trabalhavam em escolas públicas, em atividades como professor (regência de classe), especialista em educação (orientador educacional e inspetor escolar, por exemplo) e serviçal (faxineiro e vigilante, por exemplo). Caso a norma seja considerada inconstitucional, todas essas pessoas terão que deixar os cargos.

De acordo com o titular da Diretoria Central de Gestão de Direitos do Servidor da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Weslie Daniel da Cruz, dos servidores beneficiados pela lei, 88 mil atualmente ainda estão na ativa e os demais já se aposentaram. Ele afirmou que o Estado não tem planos para resolver a situação desses servidores, caso a lei seja revogada. “Acreditamos que a lei será mantida”, justificou.

Deputados manifestam apoio aos designados

O presidente da comissão, deputado Duarte Bechir (PSD), se comprometeu a “lutar até o fim” para que nenhum servidor seja prejudicado. Ele defendeu a constitucionalidade da Lei Complementar 100, assim como todos que participaram da audiência pública.

O deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB), que solicitou a reunião, afirmou que a norma foi elaborada para corrigir distorções no quadro funcional do Estado, composto à época por servidores concursados e pelos designados, muitos deles trabalhando há muitos anos para o Executivo. “Esta é uma lei santa porque corrige injustiças contra 98 mil pessoas”, considerou o parlamentar.

O deputado Wander Borges (PSB) compartilha da mesma opinião. “Esta lei está acima de qualquer questão jurídica. É justa e assegura uma conquista de todos vocês”, disse ele.

Apelo emocionado

O presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas de Minas Gerais (Fapaemg), Mário de Assis, explicou que a própria Constituição Federal previa a efetivação de funcionários que estivessem em efetivo serviço nos cinco anos anteriores. Mas os servidores de Minas Gerais não foram beneficiados porque o Estado fazia as contratações apenas entre fevereiro e dezembro, o que rompia com a continuidade exigida para a regularização.

A presidente da Associação de Professores Públicos de Minas Gerais (APPMG), Joana Darc Gontijo, lembrou a luta especialmente das serventes para serem efetivadas, ainda no governo Itamar Franco, quando foi realizado o primeiro concurso para esses cargos. Em negociação no governo Aécio Neves, elas conseguiram cancelar o concurso em 2003 e permanecer com o regime de contratação. Em tom emocionado, ela fez um apelo aos ministros do STF: “não deixem esses 98 mil irem para a rua e perder seu ganha pão”.

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