Juros no mercado devem subir ainda mais, alerta Procon ALMG
Com o aumento da taxa Selic para 10,75%, consumidor deve pensar bem antes de contrair dívidas.
27/02/2014 - 13:20O Procon Assembleia alerta: com o aumento da taxa básica de juros, o consumidor deve ficar ainda mais cauteloso antes de solicitar empréstimos bancários ou contrair dívidas de qualquer natureza, pois as taxas cobradas no mercado tendem a crescer também. Na última quarta-feira (26/2/14), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic de 10,5% para 10,75%. De acordo com o órgão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), por causa dos altos juros, o que aparentemente seria uma solução pode se transformar numa tremenda dor de cabeça.
Uma grande armadilha para o consumidor está no chamado “crédito rotativo” do cartão de crédito. Os juros, definidos pelas instituições financeiras, são cobrados sobre o valor da fatura que deixou de ser paga. Por exemplo, se a fatura é de R$ 300 e o cliente paga apenas R$ 100, a taxa vai incidir sobre os R$ 200 restantes. Operadoras de cartão de crédito chegam a cobrar 13% ao mês sobre os valores não pagos, segundo a Associação Nacional dos usuários de Cartões de Crédito (Anucc). Não é por acaso que uma das principais reclamações dos consumidores no Procon Assembleia seja exatamente sobre os cartões de crédito. Em 2013, o órgão registrou nada menos que 4.840 queixas relativas a esse assunto, perdendo apenas para o setor de telefonia.
Por isso, apesar de ser útil, o cartão de crédito deve ser usado com muita cautela. Ao comprar um produto usando o cartão, o consumidor deve ter certeza de que poderá pagar o valor total da compra, que será cobrado no mês seguinte. Caso contrário, a recomendação é não usar o cartão de crédito, pois a regra básica para um bom controle financeiro é nunca se gastar mais do que se ganha.
A grande facilidade de obtenção de crédito é também uma perigosa armadilha, alerta o Procon. De qualquer forma, caso não haja outra forma senão recorrer ao empréstimo, o consumidor deve ficar atento para não comprometer mais que 30% do seu orçamento. O tipo de empréstimo com a menor taxa de juros é o consignado, aquele em que o desconto do valor é feito diretamente no contracheque do cliente.
Não sendo possível o empréstimo consignado, o consumidor poderá buscar recursos diretamente no seu banco. É o chamado empréstimo pessoal. Só em último caso é que se deve recorrer ao cheque especial e ao cartão de crédito, pois esses são os meios de empréstimos com a maior taxa de juros do mercado.