Também participaram da coletiva o presidente da AMM, Toninho Andrada, e o coordenador da Frente Parlamentar Municipalista, deputado Célio Moreira

ALMG apoia ato de municípios por mais recursos federais

Em coletiva sobre Dia do Basta, Dinis Pinheiro reforçou as dificuldades enfrentadas pelas prefeituras e o apoio à causa.

12/12/2013 - 18:32

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Dinis Pinheiro (PP), participou nesta quinta-feira (12/12/13) de coletiva de imprensa sobre a realização do Dia do Basta, ato dos municípios contra a concentração de recursos pela União. Organizado pela Associação Mineira de Municípios (AMM), o evento será realizado no Plenário da ALMG nesta sexta-feira (13), a partir das 9 horas, com a presença de prefeitos de todas as regiões do Estado. Também participaram da coletiva o presidente da AMM e prefeito de Barbacena, Toninho Andrada, e o coordenador da Frente Parlamentar Municipalista da ALMG, deputado Célio Moreira (PSDB).

De acordo com a AMM, as prefeituras vivem atualmente uma situação de ingovernabilidade, devido à queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e à alta centralização de recursos e de decisão por parte do Governo Federal. Para o presidente da Assembleia, o caminho é a revisão do pacto federativo. “A União está batendo recorde em arrecadação e os Estados e os municípios, de encargos e contas para pagar. Vejo como uma relação de escravidão, sendo a União o senhor da casa-grande. A democracia no Brasil está consolidada, mas não existe Federação”, pontuou.

O presidente reforçou ainda o apoio e solidariedade da ALMG à causa. “A Assembleia é municipalista. Acreditamos que não há como construir uma boa pátria desprezando os municípios, que têm a obrigação de zelar pelo cidadão”, defendeu.

Para o Dia do Basta, segundo o presidente da AMM, foram convidados os prefeitos dos 853 municípios mineiros. Na oportunidade, serão apresentadas as perdas de receita dos municípios nos últimos anos; a contrapartida das prefeituras nos programas federais e a pauta de reivindicações no Congresso Nacional, que contém projetos para aliviar a situação das prefeituras, como aumento em dois pontos percentuais do repasse do FPM e o rateio dos royalties do minério. Além disso, será apresentado um manifesto a ser assinado por todos os participantes.

O coordenador da Frente Parlamentar Municipalista, deputado Célio Moreira, afirmou que levará as reivindicações dos municípios apresentadas no Dia do Basta para o Senado e para a Câmara Federal. “Vamos marcar reuniões, levar essa questão para ser discutida com os senadores e deputados federais para que, juntos, possamos fazer com que as prefeituras sofram menos com essa situação”, declarou.

Prefeituras enfrentam dificuldades para pagar funcionários

Durante a coletiva de imprensa, o presidente da AMM, Toninho Andrada, afirmou que 35% dos municípios não têm condições de pagar o 13º salário para seus funcionários. “No caso de Barbacena, vamos precisar dividir. Pagaremos metade em dezembro e a outra metade em janeiro. Outros municípios precisarão tirar recursos de outras áreas para conseguirem pagar”, declarou.

Para Andrada, essa dificuldade é o reflexo da queda nos repasses do FPM e da sobrecarga aos municípios na execução das políticas públicas federais. “A fonte de arrecadação dos municípios é pequena, baseada no IPTU e no ISS (Imposto Sobre Serviços). Por isso dependem do FPM. Mas o Governo Federal vem concedendo isenção nos tributos compartilhados, como a redução do IPI para produtos linha branca.", esclareu. Além disso, segundo ele, os municípios precisam ter toda uma estrutura para suportar os programas federais, o que onera demais as prefeituras.

O presidente da AMM pontuou ainda que a centralização excessiva da União prejudica o acesso dos prefeitos às decisões. “Para enfrentar essa questão, vamos propor a criação do Conselho Nacional dos Municípios e dos conselhos estaduais. A intenção é fazer com que os prefeitos sejam ouvidos antes dos projetos entrarem em votação”.

Para sensibilizar ainda mais o Governo Federal e a população, a AMM já possui um calendário a ser cumprido em Brasília no próximo ano. “Além de reuniões, estamos discutindo a possibilidade de acampar na porta do Congresso. O acampamento será permanente, sempre com um prefeito de uma cidade do País nos representando”, finalizou.