Moradores do bairro Santa Amélia expuseram problemas no transporte público na região
A gerente regional da BHTrans na Pampulha disse que haverá melhora com a conclusão do BRT

BRT pode ser solução para o transporte no Santa Amélia

Técnicos da BHTrans afirmaram que o novo modelo vai promover maior frequência para as viagens e menor tempo de espera.

11/12/2013 - 11:50

As dificuldades enfrentadas pelos moradores do bairro Santa Amélia, tais como a falta de ônibus nos horários de pico, atrasos e superlotação devem ser solucionadas com a instalação do BRT. A afirmação foi feita por representantes da BHTrans na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira (11/12/13). A reunião, realizada para debater os constantes problemas dos moradores com o sistema de transporte, também tratou da falta de linha que tenha ponto final no bairro.

Os problemas, de acordo com a professora aposentada e moradora do bairro, Antônia das Dores Coelho, são constantes. Ela relatou que constantemente os estudantes chegam atrasados para as aulas e, neste ano, alguns até perderam a prova do Enem. Além disso, há dificuldade de deslocamento para o trabalho e para consultas médicas. Outro problema, segundo ela, é que o tempo de espera, nos horários de pico, chega a 40 minutos e, muitas vezes, os ônibus já cheios não param nos pontos.

Um dos autores do requerimento para a realização da audiência, deputado Rômulo Viegas (PSDB), concordou com a moradora. Ele ressaltou que o volume de pessoas que necessitam do transporte coletivo é cada vez maior, o que seria um direito do transporte coletivo de qualidade. “São grandes os prejuízos para os moradores, os ônibus passam superlotados e não dão atenção devida aos passageiros que precisam do transporte”, disse.

Esses questionamentos foram respondidos pela gerente de ação regional noroeste Pampulha da BHTrans, Maria Inês Oliva Franco. Ela esclareceu que o bairro está em uma área de passagem, então, embora estejam disponíveis várias linhas de ônibus, nos horários de pico, existe a possibilidade de ficarem sobrecarregadas, o que impede o embarque de novos passageiros.

Para ela, no entanto, a solução será a instalação da Estação Pampulha do BRT, prevista para abril de 2014. Com esse novo sistema, haverá aumento na frequência de viagens e no número de veículos, além da diminuição do tempo em trânsito. Essas alterações serão possíveis, pois as linhas que seguem até o centro não vão existir. Elas vão se tornar alimentadoras responsáveis por captar pessoas e levá-las até a estação, onde haverá um grande número de ônibus para diversos pontos da cidade. Ao contrário do modelo hoje utilizado, em que uma linha possibilita aos moradores apenas um destino.

Um exemplo de melhoria desse modelo foi citado pelo técnico em transporte e trânsito da BHTrans, Evaldo de Assis Ferreira. Segundo ele, com a implantação do BRT, haverá um aumento do número de viagens no bairro de 33 para 42, no horário das 6h às 6h59. Consequentemente, não haverá acúmulo de tantas pessoas no ponto.

Com o BRT, segundo ele, há ainda a possibilidade da interligação entre as regiões da Pampulha e de Venda Nova, além da avenida Cristiano Machado. “O BRT terá ainda uma pista exclusiva. Todas essas vantagens vão atingir diretamente a qualidade de vida dos moradores. Eles vão esperar menos e os atrasos serão menores”, disse.

Criação de linha temporária - Também autor do requerimento para realização da audiência, o deputado Rogério Correia (PT), que já foi morador do bairro, disse que, com o crescimento da região, o trânsito se tornou muito intenso. Esse problema, segundo ele, não é recente, e vem se agravando ao longo dos anos. Ele concordou que a instalação do BRT deve melhorar o transporte na região, mas disse que, como a data para inauguração do novo sistema ainda está distante, o ideal é a implantação de uma linha de ônibus temporária que tenha ponto final no bairro. Como resultado desse questionamento, os parlamentares aprovaram requerimento para que seja enviado à BHTrans uma solicitação de estudo para verificar essa possibilidade.

O técnico em transporte das empresas São Cristovão e São Dimas, Sérgio Cordeiro, disse que essa opção pode ser estudada, mas que, ao criar a linha temporária, seria necessário retirar de circulação uma linha com início em outro bairro antes do Santa Amélia. Além disso, ressaltou a tendência de alteração para o modelo do BRT. O técnico disse ainda que, hoje, no Santa Amélia, são realizadas 345 viagens nos dias úteis; 279 aos sábados e 168 aos domingos. “Mesmo considerando que é um bairro de corredor, essa é uma boa oferta de viagem”, ponderou.

Consulte o resultado da reunião.