Comissão lançou, no Salão Nobre, guia dos direitos humanos e de prevenção de tortura em estabelecimentos de cumprimento de pena privativa de liberdade
Promotora Nívia Mônica mostrou como as promotorias se organizam para atender às demandas

MP lança guia para coibir violação de direitos humanos

Publicação foi distribuída em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos nesta terça-feira (10).

10/12/2013 - 16:03

Audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta terça-feira (10/12/13) marcou o lançamento de uma cartilha organizada pelo Ministério Público para ajudar a prevenir a violação de direitos e incrementar a assistência às vítimas de violência no Estado. A apresentação do guia "Em Busca de Respeito e Dignidade" se deu na mesma data em que é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Neste dia 10 de dezembro, a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 65 anos. Para o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), muitos dos artigos da declaração ainda não foram, de fato, implementados. "Isso exige de nós muita luta e uma vigilância constante", disse o deputado, ao fazer uma retrospectiva das últimas décadas, desde a data histórica que marcou o lançamento do documento, em 1948.

O deputado elogiou a organização do guia e o trabalho do Ministério Público, por meio de suas promotorias especializadas. "Para que haja defesa dos direitos humanos as pessoas precisam ter informações sobre esses direitos. A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia absorve, aplaude e ajuda a divulgar iniciativas como esta", afirmou.

O presidente da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro (PP), também elogiou o trabalho do Ministério Público. "Feliz é Minas Gerais que tem instituições tão fortes e respeitadas quando o Ministério Público, cada vez mais organizado e mais atuante", disse o presidente.

O guia - O guia foi produzido com a ajuda de entidades como Conselho Estadual da Mulher, Comitê Mineiro de Educação em Direitos Humanos, Fórum Mineiro de Direitos Humanos, Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da UFMG, Polícias Civil e Militar. A publicação traz uma introdução ao tema, a descrição dos direitos fundamentais das vítimas de violência, dicas sobre como identificar os diversos tipos de violação de direitos e uma lista de órgãos e entidades que atendem a vítimas de violência.

O guia tem, ainda, outras informações úteis como, por exemplo, o caminho percorrido pelo boletim de ocorrência (BO), desde o registro até a decisão judicial, quando seu conteúdo for um crime ou contravenção.

Trabalho acompanha do presidiário ao catador de papel

A audiência pública também serviu para que o Ministério Público trouxesse para a Assembleia um balanço de sua atuação, nos últimos anos, no que diz respeito aos direitos humanos. A coordenadora do Centro Operacional de Apoio das Promotorias de Defesa dos Direitos Humanos, promotora Nívia Mônica da Silva, mostrou como as promotorias têm se organizado para atender à multiplicidade de demandas que chegam ao órgão.

Entre os principais avanços conseguidos com a atuação do MP, ela citou a publicação, em 2013, de uma resolução estadual que disciplina a atividade da Promotoria de Direitos Humanos no controle externo da atividade das Polícias Civil e Militar. "Isso foi de suma importância, porque todos sabem como essa tarefa é delicada, como é difícil apurar desvios de condutas de policiais", disse a promotora.

Conforme o balanço apresentado por vários promotores durante a audiência, as Promotorias de Direitos Humanos têm atuado em diversas frentes, que vão desde a prevenção à tortura e maus tratos em unidades prisionais, apoio a vítimas de violência doméstica, acompanhamento e orientação a agentes penitenciários, prevenção da violação de direitos em ocupações e desocupações urbanas, valorização e dignidade dos catadores de materiais recicláveis, combate à discriminação étnico-racial e de gênero, entre outros.

Também participaram da reunião a deputada Maria Tereza Lara (PT) e o deputado André Quintão (PT), que elogiou a iniciativa de, mais uma vez, trazer à tona a discussão de temas tão relevantes. "Já não conseguimos pensar em direitos humanos sem pensar em Durval Ângelo", disse ele.

Consulte o resultado da reunião.