Trabalhadores da empresa de Barbacena participaram da reunião na Assembleia em busca de solução conjunta
Deputados consideram fundamental encontrar soluções para a manutenção dos empregos

Grupo tenta solucionar demissões em empresa de Barbacena

Companhia Têxtil Ferreira Guimarães está falida, mas continua empregando mais de 200 trabalhadores.

20/11/2013 - 18:14 - Atualizado em 20/11/2013 - 18:36

Um grupo formado por deputados, vereadores de Barbacena e trabalhadores da indústria têxtil vai se reunir, na próxima semana, com a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, para analisar os incentivos que o Estado poderá oferecer para interessados em assumir a massa falida da indústria têxtil Ferreira Guimarães. A fábrica, localizada em Barbacena, está prestes a demitir seus mais de 200 funcionários. O anúncio foi feito pelo secretário adjunto de Estado de Trabalho e Emprego, Hélio Rabelo, durante reunião da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta quarta-feira (20/11/13).

Ainda segundo o secretário, a juíza responsável pela administração da massa falida da empresa foi visitada por representantes dos funcionários e concordou em dar um prazo para a solução do problema. Entretanto, esse prazo está se encerrando. Ele destacou que existem investidores interessados em assumir a empresa. “Acredito que vamos encontrar uma empresa para tocar esse trabalho”, afirmou.

A necessidade de investidores que assumam a Ferreira Guimarães, mesmo se contarem com o apoio do Governo do Estado, foi defendida pela deputada Rosângela Reis (Pros). “A empresa tem uma certa sustentabilidade, então temos que buscar caminhos, junto com o Estado”, afirmou.

Trabalhadores – Para os deputados Carlos Pimenta (PTD) e Bosco (PTdoB), é fundamental que sejam encontradas soluções para a manutenção dos empregos na fábrica. “Estamos falando da vida de mais de 200 trabalhadores. O governo tem que ajudar efetivamente em um momento como esse. Não podemos deixar o trabalhador ficar em segundo plano”, reforçou Pimenta.

Já o presidente da 3ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Reynaldo Humberto de Abreu Simões, afirmou que Barbacena vive um momento de redução dos postos de trabalho e, por isso, a manutenção dos empregos da Ferreira Guimarães é fundamental. “O maior empregador do município é o setor de serviços, e essas 240 pessoas desempregadas fazem diferença”, afirmou.

O gerente da Companhia Têxtil Ferreira Guimarães, José Antônio Reis Ferreira, destacou a união dos funcionários e relembrou que desde 2007 a empresa passa por problemas financeiros. “A empresa tem alma, caso contrário não estaríamos aqui para lutar por ela. Em 2007, a fábrica ficou parada por alguns meses, atrasamos salários por oito meses, mas continuamos trabalhando”, disse.

Indústria têxtil vive crise

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem, Messias Julio de Abreu, o setor vive uma crise devido à concorrência de produtos estrangeiros e às condições nacionais desfavoráveis. “Hoje a concorrência não é só com a China; tem a Índia, o Paquistão, o Vietnã e até mesmo o Paraguai, que não fabrica um metro de tecido, mas é o maior exportador do continente. Aliado a isso, temos os problemas brasileiros: o dólar supervalorizado artificialmente, a infraestrutura deficitária e a taxa de juros”, ponderou.

Ele ainda destacou a dificuldade de recolocação da mão de obra que tradicionalmente ocupa os postos de trabalho no setor têxtil. “Essa mão de obra é sobretudo feminina, com baixa escolaridade e com dificuldade de reinserção no mercado”, explicou. Ressaltou também que são 240 pessoas empregadas na empresa, mas indiretamente, o número de afetados é ainda maior. “Se colocarmos quatro pessoas em cada casa, são 960 pessoas envolvidas diretamente nesse processo. Além disso, temos os empregos indiretos”, calculou.

Governo apoia manutenção da empresa

O deputado Lafayette de Andrada (PSDB) reforçou o apoio do Governo do Estado para a manutenção da Ferreira Guimarães desde 2007, quando a empresa passou por uma crise e quase fechou as portas. Ele ainda declarou que é necessário encontrar parceiros para assumir a empresa o quanto antes. “Em 2007, a empresa estava com dificuldades, a Cemig ia cortar a luz e o Governo do Estado e a Cemig parcelaram a dívida. Temos que levar em consideração fatos de quais não temos como fugir: foi declarada a falência e temos que nos empenhar em encontrar algum parceiro que possa absorver essa unidade”, declarou.

Consulte o resultado da reunião.