Diversos estudantes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Ferais (Cefet-MG) de Curvelo (Região Central do Estado) reivindicaram a transformação da instituição em universidade tecnológica. A solicitação foi feita em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quinta-feira (14/11/13), no município. Os alunos chegaram à reunião com apitos e cartazes. A audiência foi requerida pelos deputados Bosco (PTdoB) e Célio Moreira (PSDB).

O presidente do grêmio estudantil, Luiz Henrique Pimenta, ressaltou o apoio à transformação do Cefet em universidade tecnológica. “O Cefet para nós não é só uma escola, é como uma casa. Por isso, queremos tudo de melhor”, colocou. Já a presidente do Conselho de Representante de Turmas do Cefet-Curvelo, Poliana Correia, disse que essa mudança será produtiva para os alunos.

Autoridades presentes na audiência pública manifestaram apoio à causa. Segundo a deputada Maria Tereza Lara (PT), que presidiu a audiência, a série de reuniões sobre o assunto e a participação de todos possibilitarão que o projeto se concretize. “O movimento cresceu durante as reuniões, que tiveram o objetivo de unir esforços a favor desse projeto”, afirmou.

Para o deputado Célio Moreira, a demanda é legítima e justa. Ele ressaltou que, em 2008, o governo reestruturou a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, criando 38 institutos federais pela Lei 11.892. O parlamentar salientou que, antes disso, a discussão dizia respeito à transformação de alguns Cefets em universidades tecnológicas, como foi feito no Paraná, o que foi interrompido. “Essa não é uma causa da instituição, mas de Minas Gerais”, completou.

O deputado Bosco falou que a ALMG abraçou essa reivindicação porque o Cefet-MG é uma instituição centenária e referência na área educacional. Ele ressaltou que, na época em que alguns Cefets foram transformados em institutos federais, o de Minas Gerais não aderiu a essa mudança porque já estava à frente de outras instituições. Para ele, isso criou arestas no Ministério da Educação (MEC). “Esperamos que o Governo Federal se sensibilize neste momento”, destacou.

Manifestação – De acordo com o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), a juventude é absolutamente importante pelos seus valores e ideais. “Assistimos recentemente no País manifestações diversas que revelam uma evolução da consciência. É muito rico vermos essa reivindicação em Curvelo pela transformação do Cefet, por uma educação melhor”, falou.

O deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG) afirmou que vários passos já foram dados pelo Cefet-MG para que esse projeto se cumpra e demonstrou apoio ao projeto. Ele também enfatizou que alguns técnicos do MEC se preocupam com a possibilidade de que a mudança traga prejuízo aos cursos técnicos.

Autoridades enfatizam apoio à transformação

O prefeito de Curvelo, Maurílio Soares Guimarães, ressaltou que essa luta tem envolvido muitos atores. “Com a transformação, o Cefet ganha mais autonomia e pode criar mais cursos”, acrescentou. Ele destacou que a iniciativa depende de vontade política do Governo Federal.

Para o presidente da Câmara Municipal de Curvelo, vereador Reinaldo Xavier Guimarães, discussões relativas à educação cumprem papel relevante. “Em um momento em que se fala de educação, não pode haver bandeiras políticas. Precisamos da ajuda de todos”, argumentou.

O superintendente de Ensino Superior da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Carlos Alexandrino dos Santos, relatou que essa campanha é natural de pessoas que querem evoluir. “Uma instituição como o Cefet se transforma para melhor a cada ano. Então, essa demanda é justa”, falou Alexandrino, que é ex-aluno e ex-diretor da instituição.

Diretoria do Cefet-MG destaca projeto

O diretor-geral do Cefet-MG, Márcio Silva Basílio, fez um histórico da instituição que, em 1972, ganhou seus dois primeiros cursos superiores. Para ele, a instituição evoluiu ao longo do tempo nesse sentido. O diretor disse que o Cefet é complexo porque conta com três níveis de ensino. Está presente em nove cidades, conta com nove unidades, 21 cursos técnicos, 16 de graduação, sete de mestrado e um de doutorado.

“Queremos uma universidade para que seja oferecido um ensino ainda melhor. Mas isso não representa o fim dos cursos técnicos, cujas vagas crescem ano a ano”, salientou. Segundo Basílio, a transformação traria mais autonomia à instituição, mais cursos e vagas disponíveis.

De acordo com o assessor de cooperação institucional do Cefet-MG, Adilson Lopes de Oliveira, a transformação em universidade não apaga a tradição técnica da instituição. A diretora do Cefet de Curvelo, Maria Vitalina Borges de Carvalho, ressaltou o apoio da comunidade nesse processo. “Queremos que a instituição seja oficializada como universidade tecnológica”, afirmou.

Debates – Curvelo foi a última cidade do interior a receber a discussão. Foram realizadas reuniões em Araxá (Alto Paranaíba), Varginha e Nepomuceno (Sul de Minas), Leopoldina (Zona da Mata), Timóteo (Vale do Aço) e Divinópolis (Centro-Oeste de Minas). Um debate público na ALMG encerra os debates na próxima sexta-feira (22), a partir das 9 horas, no Plenário.