Parlamentares manifestaram-se indignados com algumas práticas denunciadas

Sindicato de trabalhadores em telefonia denuncia abusos

CPI da Telefonia ouviu representante da entidade, que relatou desrespeito a operadores de telemarketing.

06/11/2013 - 15:36

A reunião desta quarta-feira (6/11/13) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi marcada pelas denúncias feitas por membros do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Minas Gerais (Sinttel-MG). Situações como desrespeito aos direitos do trabalhador e aos consumidores foram as mais citadas.

Thiago Ribeiro de Oliveira, representante do Sinttel, lembrou um episódio emblemático que teria sido presenciado por integrantes da entidade durante a entrega de jornais do sindicato na empresa Master Brasil, que presta serviços para as operadoras Oi e Claro. Na ocasião, um trabalhador, dentro da empresa, estaria ameaçando atentar contra a própria vida. Segundo o sindicalista, casos extremos como esse não são novidade. “A pressão que esses funcionários sofrem é absurda”, afirma. Os parlamentares presentes na reunião corroboraram a opinião do sindicalista e classificaram como "inadmissível" esse tipo de situação.

O Sindicato já formalizou, segundo Thiago Oliveira, denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) relatando que funcionários da empresa Alma Viva estariam sendo obrigados a dobrar a jornada de trabalho, que é de seis horas diárias. Ele revelou ainda que, a cada tarefa que o call center das empresas realiza, é previsto um Tempo Médio de Atendimento (TMA) e, caso o atendente não cumpra esse tempo pré-estabelecido, outro funcionário “derruba” a ligação, com prejuízos para o atendente.

Por fim, o sindicalista contou que as empresas de telefonia realizam medições mensais do serviço prestado pelos call centers e, se comprovado que o atendente não cumpriu o tempo desejado, o mesmo pode ser demitido por justa causa. “E nos dias dessas medições, a pressão aumenta, visto que os atendentes não podem ir ao banheiro ou lanchar” pontua.

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) manisfestou sua indignação com essa prática. “Além de submeter o funcionário à pressão de cumprir essa meta, colocando em jogo seu emprego, eles não resolvem o problema do consumidor”, avalia. Também participaram da reunião da CPI de Telefonia os deputados João Leite (PSDB). Ulysses Gomes (PT) e Celinho do Sinttrocel (PCdoB).

Requerimentos - Entre os muitos requerimentos aprovados, três deles dizem respeito diretamente às denúncias recebidas na reunião. Dois deles são de Sargento Rodrigues. O primeiro requer que seja encaminhado ao MPT, em sua regional de Belo Horizonte, pedido de providências imediatas no sentido de apurar as denúncias do sindicalista e aplicar as penalidades cabíveis pelas condições de trabalho nos call centers das operadoras de telefonia móvel. O parlamentar também pede que seja encaminhada ao órgão cópia das notas taquigráficas da reunião.

O segundo requerimento de Sargento Rodrigues é para que os deputados da CPI também visitem esses call centers. Já o requerimento de Ulysses Gomes solicita reunião com convidados para ouvir um representante do Ministério do Trabalho para analisar tais denúncias.

Consulte o resultado da reunião.