Os deputados Rogério Correia e Maria Tereza Lara (ambos do PT) visitaram o acampamento dos professores
Na conversa com os parlamentares, os professores puderam fazer reivindicações

Professores acampados recebem deputados

Comissão da ALMG ouve reivindicações dos profissionais da educação instalados na porta do Palácio das Mangabeiras.

14/10/2013 - 18:31

Pagamento do piso salarial, descongelamento da carreira, melhorias da infraestrutura das escolas e suspensão do programa Reinventando o Ensino Médio foram algumas das reivindicações dos professores acampados na porta da residência oficial do governador do Estado. As reivindicações foram feitas durante visita da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta segunda-feira (14/10/13).

Para o deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento que deu origem à visita, há ausência de diálogo entre o Poder Executivo e os professores. Além disso, o parlamentar criticou as propagandas que mostram os programas do Governo do Estado voltados para a educação. “Em Minas Gerais, o governo esconde a realidade. Ele não quer colocar o dedo na escola para melhorá-la”, criticou.

Já a deputada Maria Tereza Lara (PT) reforçou que o objetivo da visita era escutar os professores para que, em seguida, a ALMG trabalhe para abrir o diálogo com o governo. Ela ainda defendeu o pagamento do piso salarial para os profissionais da educação e o direito à alimentação nas escolas. “É papel da ALMG ouvir as reivindicações dos professores e dos alunos. O governo deve abrir o diálogo para a negociação e para o atendimento do piso salarial e o fornecimento de alimentação, principalmente”, destacou.

Sindicato reclama de remuneração por subsídio

A coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, explicou que o governo mineiro paga para os professores um subsídio que engloba todos os benefícios da categoria e, por isso, o valor chega ao mesmo estabelecido por Lei Federal como piso da categoria – R$ 1.597,00 para 40 horas semanais. “Piso salarial é patamar mínimo de remuneração, é como o salário mínimo da categoria. Por isso, queremos o piso como vencimento básico e, a partir daí, que sejam calculados os demais benefícios”, explicou.

A sindicalista ainda afirmou que foi graças ao voto dos deputados que o governo conseguiu aprovar o subsídio e o que ela chamou de congelamento da carreira (de 2011 até 2016). “Se a ALMG não tivesse aprovado, a carreira não estaria paralisada e não haveria o subsídio”, afirmou. Por isso, segundo ela, o acampamento sairá da porta do Palácio das Mangabeiras para a sede do Legislativo Mineiro nesta quarta-feira (16).

Professores apontam problemas na rede estadual de ensino

Durante a visita, os professores acampados puderam fazer reivindicações de melhorias na rede estadual de ensino. Além do atendimento ao piso legal e do descongelamento da carreira, foram pedidos a melhoria da infraestrutura das escolas – laboratórios, quadras de esportes e refeitórios foram os mais citados -, a abertura de novas turmas para evitar a superlotação, o acompanhamento psicológico e social dos estudantes para evitar a violência nas escolas e a recontratação dos professores de ensino religioso e de educação física – esses profissionais foram afastados, da 1ª até a 5ª série, no começo do ano, e as atividades foram assumidas pelo professor titular da turma.

Também foi alvo de críticas o programa Reinventando o Ensino Médio, que pretende incluir na rede estadual de ensino aulas voltadas para a área de empregabilidade. Onze escolas foram piloto para o projeto em 2012 e, neste ano, o projeto será ampliado para outras 122 instituições. Segundo os professores, eles não foram consultados no momento da formulação do programa e, além disso, foram colocados os mesmos professores de matérias tradicionais para ministrarem as matérias da área de empregabilidade, mas sem nenhum treinamento ofertado.

O acampamento – Os professores estão acampados no estacionamento do Palácio das Mangabeiras desde o dia 30 de agosto e, até o momento, não foram recebidos pelo governador Antonio Anastasia. Atualmente, os professores se revezam no local e dormem em 12 barracas montadas no estacionamento do local. Durante a visita, estavam no acampamento professores da Capital; de Contagem, Betim, Esmeraldas e Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte; de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas; e de Sete Lagoas, na Região Central do Estado.

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