Aumento do número de coletivos nos horários de pico para evitar a superlotação, redução no preço das passagens, modernização da frota, reformulação dos itinerários para atender aos bairros mais distantes e melhoria na educação e cordialidade de motoristas e cobradores. Essas são algumas das reivindicações da comunidade de Igarapé (Região Metropolitana de Belo Horizonte) com relação ao transporte público da cidade. As demandas foram discutidas na audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na cidade na tarde desta segunda-feira (7/10/13). A reunião foi requerida pela deputada Maria Tereza Lara (PT) e pelo deputado Ivair Nogueira (PMDB).

A representante dos usuários na reunião, Maria da Consolação Lopes Bandeira, denunciou a falta de educação e respeito por parte de motoristas e cobradores. “Estamos sendo transportados como animais, como se não estivéssemos pagando pelo transporte”, disse ela. Consolação pediu ainda a liberação do transporte alternativo, organizado e fiscalizado pelo município, além de uma nova licitação “para empresas que estejam realmente interessadas em oferecer um serviço de qualidade”.

O presidente da Câmara Municipal, Micharlis Stânio da Fonseca, acrescentou que, dos cem pontos de ônibus intermunicipais, somente dez, localizados no centro, possuem guaritas. Ele lembrou que já pediu várias vezes à Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop) que construa guaritas nos outros 90 pontos localizados nos bairros, mas ainda não foi atendido.

“Temos que ser parceiros, e não adversários”, disse o agente de transporte da Setop Fábio Damião da Silva Botelho, referindo-se aos usuários, às empresas e ao governo. “Dependemos uns dos outros para atenuar as dificuldades”, declarou, comprometendo-se, a partir das notas taquigráficas da reunião, a buscar uma resposta para os problemas colocados. “Mas a gente não faz mágica, não vamos resolver alguns da forma ideal, mas tentaremos atenuar as dificuldades”, ponderou. Um dos grandes gargalos para o transporte entre Igarapé e Belo Horizonte, lembrou, é que um trecho do percurso é feito pela rodovia Fernão Dias, onde a ocorrência de acidentes e engarrafamentos é diária. “Isso compromete seriamente o cumprimento do quadro de horários”, ponderou.

Os representantes das empresas que servem ao município, Luiz Carlos de Souza (Viação Novo Retiro) e Antônio dos Santos Braga (Expresso Lagoense), se disseram abertos a todas as reclamações apresentadas e se comprometeram a buscar melhorias. Luiz Carlos adiantou que há projetos de ampliação de itinerários nas linhas oferecidas pela Viação Novo Retiro. Braga garantiu que as reivindicações serão discutidas junto à direção do Expresso Lagonse.

Deputados exigem respostas em 30 dias

Após ouvir os convidados, a comissão aprovou um requerimento em que dá um prazo de 30 dias para que as empresas providenciem respostas às reivindicações da população. Se isso não acontecer, os parlamentares se comprometeram a voltar ao município para cobrá-las.

A deputada Maria Tereza Lara (PT) garantiu que, desde o primeiro momento, a comissão se comprometeu com essa questão e manifestou sua satisfação com a fala dos representantes das empresas, que se mostraram abertos para o diálogo. Segundo ela, o trânsito é um dos grandes problemas do País, com 42 mil mortes por ano. Por isso, destacou a importância do transporte público de qualidade.

Para o deputado Ivair Nogueira (PMDB), é importante que a região metropolitana cresça como um todo. Ele defendeu que todos os segmentos da sociedade se envolvam no debate sobre a mobilidade urbana. O presidente da comissão, deputado Adalclever Lopes (PMDB), também reconheceu que a empresa está com boa vontade para resolver os problemas e elogiou a presença de representantes dos usuários, das empresas e da Setop.

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