Comissão de Direitos Humanos esteve em São José da Lapa para buscar formas de combate ao aumento da criminalidade na cidade
Cássio Fernandes acha que o aumento da criminalidade decorre do tráfico de drogas
Parlamentares defenderam mais ações no combate à violência

São José da Lapa pede monitoramento por câmeras

Adoção do programa Olho Vivo para combater violência foi reivindicada pela população durante reunião nesta terça (8).

08/10/2013 - 13:46

A instalação de câmeras de segurança, por meio do programa Olho Vivo, foi a principal reivindicação apresentada, nesta terça-feira (8/10/13), durante audiência da Comissão de Direitos Humanos em São José da Lapa (Região Metropolitana de Belo Horizonte). Os deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) estiveram na cidade para buscar formas de combate ao aumento da criminalidade.

A falta de equipamento, materiais e viaturas e o pequeno efetivo de policiais militares e civis também foram outras deficiências apresentadas pelo prefeito de São José da Lapa, Francisco Fagundes de Freitas. Segundo ele, a cidade de 23 mil habitantes está longe de ter um policial para cada 250 habitantes, conforme sugere a Organização das Nações Unidas (ONU).

Ele informou que já solicitou ao Governo do Estado a implantação de, no mínimo, 26 câmeras de segurança para monitoramento eletrônico na cidade. “Temos várias entradas e saídas no município que facilitam a fuga dos bandidos. Não queremos que a situação piore para, aí sim, conseguir instalar o programa Olho Vivo”, cobrou.

Mesma opinião tem o delegado de Polícia Civil da cidade, Daniel Balthazar da Silveira Schindler Coutinho. Para ele, a cidade não pode esperar que a criminalidade chegue a um patamar crítico para ter uma intervenção do Estado. E, por isso, a implantação do programa Olho Vivo se faz necessária para ajudar na prevenção e identificação do delito, segundo ele.

Já o procurador do município, Diego Álvaro dos Santos, lembrou que, nos últimos dois anos, houve um aumento de 5 mil habitantes na cidade e, como consequência, da insegurança. O prefeito Francisco Fagundes de Freitas lembrou ainda que a prefeitura já instalou luminárias em postes e investe em programas sociais e culturais como medidas preventivas. No entanto, para ele, o Estado deve muito para a cidade de São José da Lapa.

Números - Os representantes da Polícia Militar apresentaram os números da criminalidade na cidade. Segundo o subcomandante do 36º Batalhão da Polícia Militar, major Cássio Eduardo Soares Fernandes, de janeiro a setembro de 2013, foram registrados 87 crimes violentos, sendo que, no mesmo período do ano passado, esse número foi de 89 registros. “Estamos há 12 dias sem ter crime violento em São José da Lapa. Nossa vontade é de comemorar 365 dias sem crimes violentos”, afirmou. De acordo com ele, a cidade tem 24 policiais e uma viatura, mas conta com apoio de policiais de Vespasiano e Pedro Leopoldo. Em sua opinião, outro problema que tem impulsionado a criminalidade é o tráfico de drogas, que precisa ser combatido.

Já o comandante da 179ª Cia. da Polícia Militar, capitão Laércio Jorge Marques, disse que a principal preocupação é com os roubos. Segundo ele, de janeiro a setembro de 2013 foram 80 casos, sendo que, de janeiro a dezembro de 2012, foram registrados 73 roubos. Neste sentido, o capitão lembrou que o programa Olho Vivo é bem-vindo para o monitoramento desses delitos. Ele informou ainda que o número de homicídios na cidade foi o mesmo do ano passado: três.

Vítima de assalto em seu estabelecimento, o proprietário do Supermercado Ideal, Marcos Antônio Ferreira, lembrou que a segurança pública é um direito de todos, mas também deve ter o envolvimento da população, já que diz respeito a toda a cidade. O capitão Laércio também defendeu o envolvimento de todos para tentar reduzir o número de roubos na cidade.

Região Metropolitana convive com o aumento da criminalidade

O aumento da criminalidade nas regiões metropolitanas foi destacado pelo delegado de Polícia Civil de São José da Lapa, Daniel Balthazar da Silveira Schindler Coutinho, e também pelo autor do requerimento para o debate, deputado Rogério Correia (PT), e pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT). Segundo o delegado, o criminoso se aproveita da deficiência da cidade para cometer o crime, e isso tem ocorrido em cidades próximas a Belo Horizonte, já que a Capital conta com um efetivo policial melhor.

Na avaliação do deputado Durval Ângelo, a segurança pública vive uma crise, com cada vez mais situações que amedrontam, principalmente nas regiões metropolitanas. Para o deputado Rogério Correia, o aumento da criminalidade em Minas Gerais e nas regiões metropolitanas precisa ser combatido e não pode ser tratado como normalidade.

O deputado Rogério Correia disse ainda que a questão da segurança pública não poder ser trabalhada deslocada do desenvolvimento social e, neste sentido, ele defende ações de prevenção em todas as áreas, entre elas a educação. Ele defendeu também a implantação do programa Olho Vivo e disse estar aguardando retorno do Governo do Estado, de quem já cobrou essa instalação. “Nós não vamos desistir da implantação desse programa, já que estamos convencidos de que é uma necessidade”, disse. O deputado Durval Ângelo lembrou, no entanto, que alguns municípios estão conseguindo implantar as câmeras de vigilância por meio de parceria da prefeitura com os comerciantes.

Consulte o resultado da reunião.