Assembleia assina convênio para criação de monumento
Escultura, que será instalada na sede do Legislativo mineiro, vai homenagear doadores de órgãos.
24/09/2013 - 13:18Os nomes de todas as pessoas que doaram ou que venham a doar órgãos em Minas Gerais serão escritos em uma escultura que será instalada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Essa homenagem é o resultado do convênio assinado, nesta terça-feira (24/09/13), entre o Legislativo mineiro, o Complexo MG Transplantes, a Secretaria de Estado de Saúde e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
Com 12,7 doadores a cada um milhão de pessoas, Minas ocupa hoje o segundo lugar no Brasil em quantidade de transplantes realizados. Esse volume, de acordo com o diretor do MG Transplantes, Charles Simão Filho, revela um enorme crescimento, já que, em 2006, a quantidade de doares era de 3,6 por milhão. Esse aumento de mais de 50% em seis anos fez com que Minas Gerais alcançasse, de acordo com Charles, o maior crescimento percentual dentre os Estados do Brasil.
Para Simão, o número tende a crescer, já que o Governo do Estado anunciou o investimento de R$ 25 milhões no Hospital Júlia Kubitschek, na Capital. Esses recursos serão utilizados para construir uma unidade exclusiva para a realização de transplantes e ampliar a capacitação de profissionais.
A construção dessa unidade, na opinião do secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, vai ajudar no aperfeiçoamento do sistema de transplante estadual, que enfrenta desafios como a formação de recursos humanos, a captação e o transporte de órgãos. Ele anunciou que as obras já foram iniciadas, assim como a compra de equipamentos. A expectativa é a de que a unidade esteja em funcionamento até o final de 2014. A importância desse investimento também foi defendida pelo presidente da Fhemig, Antônio Carlos de Barros Martins. Para ele, a nova estrutura vai ampliar e aperfeiçoar o trabalho já realizado.
Cultura de doação deve ser incentivada
O presidente da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), disse que o objetivo do Parlamento mineiro com a instalação do monumento é incentivar a generosidade. “A vida requer coragem. Vale a pena pensar no bem e ajudar o próximo. Temos que incentivar essa cultura e lutar pela vida, assim podemos alcançar um mundo mais justo”, afirmou.
Foi justamente esse ato que o escultor Léo Santana quis expressar em sua obra. Durante a solenidade, ele apresentou a maquete da escultura. Léo Santana explicou que, ao elaborar o monumento, pensou em um formato orgânico que representasse a atitude de doar. Por isso, elaborou a representação de um coração fechado com duas mãos, simbolizando a mão que doa e a que recebe.
Representado os familiares de doares, Yuri Pena Souza, cujo pai foi doador, relatou as dificuldades ao tomar a decisão pela doação dos órgãos. Para ele, embora seja um momento de sofrimento, as famílias devem se conscientizar da importância do ato. “Felizmente tomamos a decisão correta. Esse é um ato de amor e solidariedade que ajuda a terminar com o sofrimento de outra família”, disse.