Durante a audiência, debates e exibição peças publicitárias da Campanha

Comissão convida mulheres a se candidatarem nas eleições

Audiência pública une diferentes legendas para defender a efetiva participação feminina na política.

19/09/2013 - 20:14

Representantes de 15 diferentes legendas partidárias participaram nesta quinta-feira (19/9/13) de audiência pública da Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para defender a maior participação das mulheres na vida política do País. A finalidade da reunião foi debater a campanha nacional "Mulher, tome Partido", lançada pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, em prol da filiação partidária feminina. O prazo para filiação para concorrer às Eleições de 2014 vai até o dia 5 de outubro. "Foi um ato democrático, suprapartidário e motivo de orgulho, em razão da presença de tantas mulheres militantes de diferentes partidos, mas unidas numa causa comum", analisou a vice-presidente da comissão, deputada Maria Tereza Lara (PT).

A atividade lotou o Auditório com representantes dos partidos PT, PV, PDT, PTB, PP, PCdoB, PR, PPS, PTdoB, PRB, PSD, PSDB, PSB, PMDB e DEM. Todas as participantes expuseram avaliações muito similares a respeito da importância de as mulheres serem não apenas candidatas “pró-forma”, mas de fato e de direito, atuantes no universo político-partidário nacional. Além das siglas partidárias, representantes de movimentos sociais de defesa de mulheres e minorias também marcaram presença.

“Independentemente da legenda, o sexo feminino é tratado com indiferença pelos partidos brasileiros. A mulher só é lembrada em véspera de eleição, e só para cumprir cota eleitoral. Não há investimento em campanha de mulheres candidatas”, contestou a representante do PSDB Mulher, Eliana Piola. Ela ainda ressaltou a importância da participação delas na militância dos partidos.

Líder da ala feminina do PSB, a ex-deputada Maria Elvira lamentou reconhecer o fato de as gerações ali presentes provavelmente não sobreviverem para ver plenários cheios de mulheres de todas as classe sociais, credos e profissões. “Mas isso não é razão para desanimarmos. Pelo contrário, temos de continuar nesta briga pelos nossos espaços. Uma sociedade só é plenamente democrática quando há mulheres ocupando todo lugar”, alertou.

Rita Calazans, do PT, completou a lista de adjetivos. “A palavra de ordem da mulher é coragem. Se não tivermos coragem de dizer 'eu quero', não chegamos a lugar nenhum”, afirmou.

Parlamentares reforçam argumentos por mais mulheres

Representando a bancada feminina da Câmara do Deputados, a coordenadora da campanha, deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), saudou as militantes de todos os partidos, parabenizando-as por serem “mulheres que acreditam na política como força transformadora”. Ela lamentou o fato de as mulheres representarem apenas 8,7% dos membros da Câmara dos Deputados e 12% do Senado.

"As mulheres não têm oportunidades, são chamadas apenas para cumprir cotas eleitorais, e o pior, como laranjas”, ironizou. Jô Moraes ainda apresentou peças publicitárias da campanha, e solicitou que as direções de todas as legendas se envolvam na divulgação desses materiais, que serão disponibilizados gratuitamente.

Além da vice-presidente da Comissão de Participação Popular, a bancada feminina da ALMG foi representada pelas deputadas Liza Prado (PSB), Ana Maria Resende (PSDB) e Luzia Ferreira (PPS). Todas reforçaram a argumentação em favor do respeito à participação da mulher concretamente, sem disfarces. “Nós temos que lutar para ter uma politica que nos orgulhe, tirar a mulher deste silêncio”, refletiu Liza Prado.

“Uma sociedade democrática de fato é aquela que oferece oportunidades iguais, e hoje o Brasil não oferece isso, pois fecha as portas às mulheres. A cada ano, diminui o contingente feminino nos espaços públicos. Aqui na ALMG já fomos doze. Hoje somos apenas cinco mulheres”, lamentou a deputada Ana Maria Resende.

"A ausência da mulher nos espaços de poder é impensável em uma democracia plena, que inexiste se não houver pluralidade”, alertou a deputada Luzia Ferreira.

O único representante da bancada masculina da ALMG, deputado Dilzon Melo (PTB), também reforçou a importância da participação feminina. “As mulheres trazem mais sentimento e organização. Com isso, elas fazem um contraponto ao pragmatismo masculino", afirmou.

Consulte o resultado da reunião.