Deputados questionam percentuais de investimento e origem de verbas para incorporar fundações à Uemg

Orçamento de ciência e tecnologia pode ser cumprido em 2013

Estadualização da Uemg, com participação coletiva, também é debatida durante audiência de monitoramento

11/09/2013 - 19:22

As execuções da Secretaria de Estado de Educação, na área de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, embora possam ser consideradas baixas, estão dentro das previsões e podem, inclusive, alcançar 100% da execução até o final deste ano. Esta garantia partiu do subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da pasta, Vicente José Gamarano, durante a audiência de Monitoramento de Políticas Públicas 2013 da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta quarta-feira (11/9/13), atendendo a requerimento do presidente da comissão, deputado Duarte Bechir (PSD).

Vicente Gamarano, que também é gerente da Rede de Inovação Tecnológica, fez tal afirmação para responder a um questionamento da vice-presidente da comissão, deputada Maria Tereza Lara (PT). A parlamentar quis saber, por que razão, diante da importância dos programas projetados, alguns gráficos apontavam a execução de percentuais muito baixos como, por exemplo, apenas 10% em relação ao campus da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg).

Neste exemplo específico, o subsecretário ressaltou que os gráficos mostram execuções até junho, trazendo, portanto, percentual a ser gasto apenas com o projeto do novo campus (no caso, 10%), porque é necessário aguardar a entrega do projeto para se considerar o restante dos custos. Mas todos já foram devidamente projetados e dentro do cronograma. Vicente José Gamarano abordou também diversos programas da plataforma de inovação no Estado. De acordo com ele, o pasta tem atuado em várias frentes, com o propósito de transformar a realidade da ciência e tecnologia em Minas Gerais.

O subsecretário ressaltou que a principal meta da pasta é garantir a pesquisa aplicada, estimular pesquisadores a interagir com a sociedade “saindo do espaço acadêmico, para o bem da sociedade. Queremos trazer para Minas Gerais tecnologia para mudar a realidade do Estado. Já temos seis parques tecnológicos em universidades, três completamente instalados e três em instalação. São centros de conhecimentos, que estão implantando empresas incubadoras, para criar linhas de pesquisa e desenvolvimento, além de atrair centros de pesquisa e desenvolvimento, trazendo a perspectiva de geração de empregos de qualidade”, garantiu.

Estadualização coletiva da Uemg

A estadualização da Uemg foi uma questão que também afligiu os deputados, além de mobilizar professores e autoridades, alguns do interior do Estado. Participaram da audiência de monitoramento, vereadores e representantes de prefeituras das cidades de Campanha (Sul de Minas); Ouro Branco (Central) e Santo Antônio do Amparo (Centro Oeste).

O deputado Duarte Bechir (PSD) questionou sobre as unidades, atualmente administradas por fundações associadas à Uemf, localizadas nas cidades de Campanha; Carangola (Zona da Mata); Diamantina (Central); Divinópolis (Centro Oeste); Ituiutaba (Alto Paranaíba) e Passos (Sul de Minas). Ele quis saber quais benefícios a incorporação dessas trará para tais faculdades.

Antônio Carlos Vassalo Alves, superintendente de Ensino e Tecnologia e gerente do Projeto Cidade da Ciência e do Conhecimento, responsável pelo novo campus da universidade em BH, destacou que, com a incorporação, a instituição passará a beneficiar um total de 24 mil alunos. Atualmente, são apenas seis mil. Além disso, passará de um total de 32 para 148 cursos. Segundo ele, serão abertas 440 vagas em Campanha, 500 vagas em Diamantina, duas mil em Carangola, 3 mil em Ituiutaba; 5 mil em Passos; e 6 mil em Divinópolis. Ele acredita que a estadualização vai marcar a historia da universidade, cujo propósito, ressaltou o subsecretário , “é promover ensino e pesquisa para integrar o Estado”.

Os deputados ainda quiseram saber sobre verbas para financiar a absorção das fundações associadas nos seis municípios citados. Eles também insistiram no propósito de construir coletivamente o processo de estadualização, criando-se uma comissão com participação de representantes das fundações; dos estudantes; dos professores; do governo, e da ALMG, cnforme ressaltaram a deputada Maria Tereza Lara (PT) e o deputado Duarte Bechir.

Quanto à verba, o subsecretário Vicente Gamarano garantiu que já estão sendo prospectados recursos e revistos projetos, e que a incorporação das unidades do interior será gradual, de forma a “absorver” primeiro aquelas que têm mais necessidade de “serem salvas”. Segundo ele, tudo será estudado, com participação da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplag) e do governador, além de devidamente trazido a esta Casa Legislativa. Em relação à proposta de “construção coletiva”, ele afirmou que não vê entraves, pois a considera benéfica e fará questão de levar ao secretário a  sugestão de criar a comissão.

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