Acampamento de professores no Mangabeiras recebe comissão
Objetivo é discutir casos de violência contra professores da rede pública de ensino.
06/09/2013 - 19:28Debater violações aos direitos humanos em casos de violência contra educadores da rede pública de ensino. Esse é o objetivo da audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promove na próxima sexta-feira (13/9/13), às 15 horas. Solicitada pelo deputado Rogério Correia (PT), a reunião acontece no acampamento montado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) em frente ao Palácio das Mangabeiras, na Capital. O acampamento, em frente à residência oficial do governador do Estado, fica na Rua Engenheiro Bady Salum, 44, esquina com Rua Arquiteto Rafaello Berti, no bairro Mangabeiras.
De acordo com o Sind-UTE, cerca de 20 professores da rede estadual estão acampados há mais de uma semana no local. Eles reivindicam o pagamento do piso salarial nacional da educação e que o Governo do Estado invista o mínimo constitucional de 25% do orçamento em educação. Para a coordenadora do Sind-UTE e presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, o Governo do Estado, há dez anos, não vem investindo os 25% previstos. Segundo ela, se for somada essa diferença anual, chegaria-se a mais de R$ 8 bilhões, que poderiam ser utilizados na melhoria da infraestrutura de escolas e na valorização dos profissionais.
Já o Governo do Estado responde que reconhece o direito à manifestação, mas não vê motivos para os protestos dos professores. Por meio de nota, o governo ainda afirmou que o salário dos educadores é 47,42% superior ao piso nacional; que o Estado investe, sim, os 25% da receita em educação; e que em 2012 foram investidos R$ 407 milhões em construções, reformas e ampliações de prédios escolares.
Violência - Também na reunião, será aberto espaço para a fala da doutora em Educação pela UFMG Jussara Bueno de Queiroz Paschoalino. Ela fez dissertação sobre o impacto da violência nos professores, o que deu origem ao seu livro Professor Desencantado - Matizes do Trabalho Docente. Jussara avalia que as salas de aula estão mais violentas porque a própria sociedade também está. A pesquisa centrou-se na investigação do mal-estar docente, a partir da situação vivenciada por professores do ensino médio, vinculados a uma escola da rede municipal de Belo Horizonte.
Convidados – Além da sindicalista Beatriz Cerqueira e da professora Jussara Paschoalino, foram convidados para a reunião a secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola; e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Roberto Franklin de Leão.