A audiência foi convocada para discutir a situação da BR-040, especialmente no trecho que liga Belo Horizonte a Conselheiro Lafaiete
Luiz Marcio Viana citou medidas de redução de danos que as empresas tomam

Dnit garante que BR-040 será privatizada em outubro

Precariedade da rodovia foi discutida em reunião da Comissão de Transporte em Congonhas nesta quinta-feira (13).

13/06/2013 - 17:24

A privatização da BR-040 deve ocorrer a partir de outubro. A garantia foi dada pelo engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Davidson Matos Carvalho, em reunião da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada em Congonhas (Região Central do Estado) nesta quinta-feira (13/6/13). A audiência foi convocada para discutir a situação da BR-040, especialmente no trecho que liga Belo Horizonte a Conselheiro Lafaiete.

De acordo com o representante do Dnit, a BR-040 está sendo contemplada pelo programa Crema (Contratação, Restauração e Manutenção por Resultados), que tem como objetivo “dar sobrevida ao pavimento até que a concessão seja realizada”. “As obras foram iniciadas em maio e têm duração prevista de dois anos, o primeiro para recuperação funcional, o segundo para manutenção, que já deverá ficar a cargo da iniciativa privada”, disse. O representante do Dnit também disse que a sinalização será modernizada.

O presidente da comissão, deputado Ivair Nogueira (PMDB), destacou problemas como buracos, falta de fiscalização eletrônica e de acostamentos. “Essa privatização precisa ser feita urgentemente, para que a rodovia pare de fazer vítimas e comece a trazer progresso para a nossa região. Também poderíamos 'estadualizar' a estrada, mas, para isso, o Governo Federal teria que nos entregar as rodovias em condições mínimas de tráfego”, disse o deputado Juarez Távora (PV), autor do requerimento da reunião. Ele lembrou que a malha rodoviária mineira é a maior do País e que as duas principais atividades econômicas do Estado, mineração e agropecuária, são importantes para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional e dependem das rodovias.

Mineradoras dizem ajudar na manutenção

Uma das principais reclamações apresentadas na reunião foi a grande presença de caminhões e carretas, muitas delas de mineradoras. O diretor de relações institucionais do Sindicato da Indústria Mineral de Minas Gerais (Sindiextra), Luiz Marcio Viana, porém, afirmou que as empresas fazem o possível para reduzir os impactos. “Somos parceiros das comunidades onde estamos instalados”, disse. Ele citou medidas de redução de danos, como limpeza de vias de acesso às mineradoras e intervenções que ajudam na manutenção das estradas.

O histórico da rodovia, que é nacionalmente conhecida pelos acidentes que provoca em suas curvas há mais de 40 anos, foi lembrado pelo prefeito de Congonhas, José de Freitas Cordeiro. “Ela foi uma das primeiras rodovias do País, inaugurada em 1967 por Juscelino Kubitschek, à época chamada de BR-3. Em 1970, uma música que dizia 'a gente morre na BR-3', de Tony Tornado, foi vencedora do Festival da Canção”, disse. O prefeito chamou a estrada de “roleta russa” e pediu a implantação de lombadas eletrônicas em toda a sua extensão.

O vereador de Congonhas Eládio (PV) disse que se os problemas não forem resolvidos haverá mobilização popular para paralisação da rodovia durante a Copa das Confederações. “Vamos bloquear uma rodovia federal e mostrar para o mundo que vidas estão sendo ceifadas em nossas estradas”, disse.

Demandas – Muitos dos participantes da reunião pediram o uso da palavra e fizeram demandas específicas citando trechos críticos da estrada. Moradores de comunidades às margens da rodovia pediram a construção de passarelas. Também foram solicitadas a implantação de radares, a melhoria da sinalização e a eliminação dos buracos.